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Agronegócio

Tecnologia aumenta produtividade da agricultura familiar em Rondônia, garante Embrapa

Terça-feira, 25 Julho de 2017 - 18:05 | da Redação


Tecnologia aumenta produtividade da agricultura familiar em Rondônia, garante Embrapa

Com mais de 40 mil pequenas propriedades de agricultura familiar, Rondônia vem se destacando quando o assunto é o agronegócio. E um dos grandes aliados para fomentar o setor é a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que desenvolve pesquisas e tecnologias para o alcance de melhorias no setor. Nesta terça-feira (25), dia em que se comemora o Dia do Agricultor Familiar, o órgão comemora os avanços e garante que a tecnologia é essencial para a pequeno produtor.

Segundo o engenheiro agrônomo Davi Oliveira, supervisor do setor de Transferência de Tecnologia (SIPT) da Embrapa, a empresa trabalha com em vários seguimentos, mas a transferência de tecnologia tem sido uma das prioridades. “São focos de pesquisa que são seguidos pelo trabalho de transferência de tecnologia. A pesquisa gera um resultado e esse resultado precisa chegar no campo através da transferência. Nós levamos a tecnologia até o setor produtivo”, explica Davi Oliveira.

O SIPT avalia os resultados e desenvolve tecnologias que respondam à demanda da região, seja de manejo do solo, das plantas ou dos animais. Dentro das linhas de atuação da Embrapa-RO, conforme as aptidões de cada região, para a agricultura familiar a instituição tem forte influência na cultura do café e na pecuária do leite, que segundo Davi, são os carros chefes da unidade.

Além disso há projetos voltados para o plantio de mandioca, fruticultura, principalmente a banana, o abacaxi, o açaí, e também o milho e o arroz, que pode ser tanto para o grande produtor quanto para o pequeno. “A soja é uma cultura muito mais dos grandes produtores, muito embora exista a cultura na agricultura familiar, mesmo se tratando de uma cultura ainda nova em Rondônia”.

O engenheiro desmistifica a ideia que a tecnologia é voltada apenas para os grandes produtores. “Nesse caso da soja, especificamente, a gente não pensa no pequeno ou no grande, a gente pensa em soluções para a atividade da sojicultura. Tem tecnologia que é barata que pode ser utilizada, e independente de custo, o produtor também pode acessar alguma fonte de financiamento. A tecnologia está ao acesso de todos, só vai depender do nível de investimento que o produtor está disposto a fazer”, completa.

São aproximadamente 94 mil hectares de café em cultivo no estado, e a Embrapa lançou recentemente uma nova técnica de poda, que o engenheiro considera simples, e que pode aumentar a produtividade do cultivo. Além da técnica, a empresa também lançou há pouco tempo o “terreiro”, chamado barcaça seca-café, uma tecnologia de baixo investimento e que pode-se produzir um café de boa qualidade.

“É um sistema simples de terreiro para secagem do café, ele é pavimentado de concreto ou asfalto, que é feita a cobertura móvel. Parece bobo, mas secar o café no terreiro descoberto para a o produtor é muito pesado, se começa a chover a mão de obra é muito trabalhosa, tem que puxar lona, enfim. E esse sistema rapidamente cobre o café e evita essa mão de obra, além de gerar um café de qualidade e uma bebida muito mais agradável ao paladar”, conta Davi.

A informação sobre as tecnologias é levada ao produtor através de palestras, de cursos, dias de campo reunindo produtores e técnicos, e tudo é divulgado. Há ainda técnicas voltadas para o controle de doenças e produção de mudas de café, onde as pesquisas e tecnologias também são aplicadas.

Leite

Sendo Rondônia a maior bacia leiteira da região Norte, com aproximadamente 35 mil produtores de leite, a Embrapa também desenvolve dentro da linha de manejo de pastagens, projetos de sanidade do rebanho, de qualidade do leite e de controle de carrapatos e outros parasitas, e ainda gestão da propriedade.

Rondônia produz anualmente 870 milhões de litros de leite. O engenheiro agrônomo lembra a recente tecnologia de criação do vetscore, uma espécie de régua que mede as ancas das vacas avaliando que se o animal está pronto para entrar no período de inseminação. “A vantagem disso e evitar que o produtor perca um material de sêmen caro, e o reduzir os custos de produção”, acrescenta Davi.

Novos capins tem sido lançados e melhorado as condições do campo. “Esse ano foi lançado o capim BRS Quênia, resistente à cigarrinha, uma praga que no ano passado teve intensa infestação nos pastos. A Embrapa trouxe essa novidade resistente à maioria das cigarrinhas, uma tecnologia extremamente interessante, já que a praga degrada o pasto e gera prejuízo ao agricultor”, considera.

Davi Oliveira finaliza dizendo que para crescer é preciso investir em inovações. “A verdade é que na agricultura familiar o produtor tem que pensar sempre em diversificação, e o interessante é que não fique em uma atividade só, já que na maioria dos casos essa é a fonte de renda e sobrevivência dele”.

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