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Agentes penitenciários dizem que relataram possibilidade de incêndio no galpão da morte

Quinta-feira, 09 Agosto de 2012 - 14:14 | Singeperon


Os mesmos agentes penitenciários que resgataram mais de 100 apenados, durante incêndio ocorrido no domingo (05) em um dos galpões da Colônia Penal Ênio Pinheiro de Porto Velho, haviam alertado 20 dias antes às autoridades do sistema prisional dos riscos iminentes de uma possível tragédia, como a que vitimou sete presos.



As péssimas condições estruturais, registro de pequenos curtos na rede elétrica da chamada CAPEP I e pedidos de providências urgentes quanto aos extintores de incêndio que há mais de um ano estavam vazios e pela transferência imediata para novas instalações foram registrados pelos plantonistas no Livro de Ocorrências, como prova a ocorrência nº 1064 de 16 de julho de 2012.

Os fatos são de conhecimento do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Socioeducadores, Técnicos Penitenciários e Agentes Administrativos Penitenciários de Rondônia (Singeperon) que saiu em defesa dos servidores ao afirmar que agiram com rapidez e eficiência ao evitarem uma tragédia maior.

“No momento do incêndio, apenas cinco agentes penitenciários conduziam os trabalhos na Unidade que tinha mais de 200 presos. Graças à rápida atuação deles e de agentes dos demais presídios que chegaram no apoio, a segurança foi garantida”, revelou o presidente do Singeperon, Anderson Pereira.

Ainda que as verdadeiras causas do incêndio estejam em fase de apuração pela Delegacia Especializada em Delitos cometidos no Sistema Penitenciário, o sindicalista se indignou com a postura do Poder Legislativo que aprovou o afastamento de diretores e plantonistas responsáveis no dia do sinistro. “O poder público tem o direito e dever de apurar o que aconteceu, mas é inconcebível aproveitar-se do fato com ações politiqueiras em desfavor de trabalhadores e pais de família que estão na linha de frente correndo riscos diários em um sistema falido”, enfatizou.

"Se alguém vai ser punido, a justiça que vai dizer. Não é justo punir servidores que já trabalham no seu cotidiano sem efetivo e em péssimas condições de trabalho, onde cinco agentes de plantão agiram heroicamente para evitar uma tragedia ainda maior", destacou Pereira.
Anderson alerta também que o pouco efetivo pode agravar ainda mais a situação nas unidades prisionais até o final do ano, pois o Estado deu previsão somente para 2013 da contratação de cerca de 550 aprovados no último concurso público. "O governo está tirando os policiais da reserva remunerada (RR′s) dos presídios, mas não está repondo. A situação é preocupante e não é justo que os servidores que lidam diretamente com a população carcerária sofram com as precárias condições de trabalho", afirmou o presidente do Singeperon.
Em depoimento ao delegado da Especializada, Hélio Ferreira, um dos agentes que prefere não se identificar relatou detalhes da atuação dos agentes desde o início do fogo. Segundo ele, tão logo o incêndio foi alertado, os acessos foram liberados para que apenados e visitantes (era dia de visita) escapassem. A agressividade do fogo e a proximidade com a entrada acabaram encurralando alguns internos que correram para o banheiro, onde tentaram se proteger em vão.

No entanto, a hipótese de ato criminoso também foi relatado pelo agente, o qual recebeu a informação do interno Marco Aurélio Cavalcante Nobre de que Jhonatas Soares da Cruz tinha conhecimento do nome do preso que teria iniciado o fogo.
Rondoniagora.com

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