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Porto Velho: população atemorizada em meio a tanta insegurança

Sábado, 14 Novembro de 2009 - 12:08 | Walmir Miranda


Por mais que algumas áreas de segurança tentem convencer a população de Porto Velho que os índices de criminalidade estariam caindo, os fatos trazidos a público pela imprensa mostram que não é bem assim.


Ou será que a população está suportando isso porque, efetivamente, é forçada a ir convivendo com o tenebroso mundo do crime e suas conseqüências?

Ou será que a população está suportando isso porque, efetivamente, é forçada a ir convivendo com o tenebroso mundo do crime e suas conseqüências?
Eis aí uma boa pergunta, e que, talvez os sociólogos e especialistas em políticas sociais pudessem vir a público responder para a população que já não sabe para quem apelar ante o quadro dantesco que aí está como espécie de “prato de todos os dias” para os portovelhenses.

Parece até que o crime estaria vencendo o poder e o trabalho das instituições de segurança que existem no estado. Porém, sabe-se que ainda não se chegou a tal ponto de calamidade pública.

Entretanto, urge que novas estratégias de segurança sejam colocadas em prática o mais rápido possível para proteger os cidadãos de bem e seus respectivos patrimônios diante da sanha animalesca de bandidos sanguinários, que não mais tendo amor a própria vida e muito menos a de seus semelhantes cometem toda sorte de delitos, numa verdadeira afronta a sociedade.

Por outro lado é verdade que, jamais se terá uma sociedade sem crimes. Isso é algo utópico. Algo apenas sonhado. Mas que jamais se teve ou terá, em tempo algum.
Até porque o crime faz parte, lamentavelmente, do contexto existencial da própria sociedade.

Mas mo que estamos querendo dizer é que, a população de Porto Velho é hoje uma população amedrontada e temerosa em razão da audácia dos marginais que continuam matando,traficando, estuprando, seqüestrando, assaltando e espancando cidadãos de bem, gente trabalhadora, que labuta diariamente para angariar condições ao próprio sustento e de suas famílias.

Mais que isso: pagam impostos e mais impostos ao Poder Público, que nem sempre retribui com os serviços que esses cidadãos e cidadãos merecem ter.
Isso tudo forma um grade paradoxo social.
Paradoxo onde os cidadãos de bem começam a viver enclausurados em seus domicílios, enquanto os marginais “circulam à vontade” praticando ilícitos penais e suas diabruras macabras.

Pergunta-se: até quando isso vai perdurar?
Não se sabe.
A cidade de Porto Velho já conta com uma população de aproximadamente 400.000 habitantes, espalhados por pouco mais de cem (100) bairros, além de outros tantos que estão se formando ante o seu crescimento desordenado, por falta de um Código de Postura que, efetivamente, seja respeitado por todos, indistintamente.
Uma prova disso são as centenas de terrenos baldios que servem de esconderijo para os marginais atanazarem a vida dos transeuntes, principalmente nas periferias mais distantes, por onde as autoridades pouco circulam.
Outra coisa: a falta de boa iluminação nas vias públicas, de uma boa sinalização de trânsito, de postos da polícia militar em pelo menos 30% desses bairros são fatores que findam por contribuir para o aumento da criminalidade.

E como se fosse pouco, tem-se um trânsito que a cada dia que passa fica mais caótico, pois são muito poucas as vias que servem de escoadouro para a frota de veículos que já ultrapassou a marca das 100.000 unidades, faz tempo. Somando-se a isso as mais de 150.000 bicicletas que trafegam como bem entendem por todos os cantos da cidade, sem o mínimo respeito às normas de trânsito. E, isso também contribui para o aumento da criminalidade à medida que cresce assustadoramente o número de roubos de bicicletas, de ciclistas assaltados e de ciclistas mortos em acidentes de trânsito.

Por ouro lado, o quadro se torna mais latente, à medida que para se proteger já teria gente se protegendo através dos “serviços de segurança” de milícias em alguns setores da Capital. Mortes misteriosas têm ocorrido e nas periferias se tornou “coisa comum” a localização de cadáveres. Até chacinas têm se registrado em Porto Velho. Coisas que antes não ocorriam, portanto.

E para piorar a situação, o narcotráfico continua grassando por toda parte da Capital rondoniense.
Talvez, porque a fronteira com a Bolívia fique aqui perto e uma imensa fronteira continue escancarada à audácia dos narcotraficantes e seus “mulas”. Tudo na ânsia do enriquecimento fácil.
Até os estabelecimentos escolares vêm sendo “invadidos” pelo comércio maldito dos traficantes.

Os roubos de carros e motocicletas crescem também.
Um automóvel (segundo notícias veiculadas na imprensa) é trocado na Bolívia por até meio quilo de cocaína. Já uma motocicleta roubada é entregue na região de fronteira com aquele País por cerca de R$ 1.500,00 R$ 2.000,00. Um pick-up vale um pouco mais: algo em torno de R$ 10.000,00.
Tem, também, o “comércio do sexo”, graças ao aumento da prostituição infantil, juvenil e adulta. Somando-se a isso os execráveis casos de pedofilia.
Triste realidade.

Realidade que está sendo vivida pelos portovelhenses, que a cada mês presenciam a chegada de mais de cinco mil pessoas, em busca de oportunidades de empregos ou de fazerem negócios mercantilistas de toda ordem.

Quer dizer, só existe uma forma de reduzir a criminalidade e colocá-la dentro de patamares suportáveis: aumentar os efetivos das corporações de segurança, dar-lhes salários dignos, reciclar e aprimorar os policiais, e tirá-los da era dos “dinossauros”, ou seja, dar-lhes equipamentos modernos e potentes, já que se tornou motivo de chacota ver policiais irem atrás de bandidos perigosíssimos armados de revólveres 38, enquanto os marginais estão portando armamentos pesados, capazes até de derrubar avião. Será que isso está acontecendo em algum lugar do País? Desculpem-nos pela pergunta.

O Poder Público precisa melhorar o policiamento da cidade à noite e de madrugada.
É nesses horários que os marginais estão “fazendo à festa”, assaltando, roubando, invadindo propriedades, “pintando o sete”, e até zombando das corporações de segurança. Inclusive, já se registraram diversas ocorrências de assaltos a residências de policiais, tanto por menores, quanto por marginais adultos.

E se até os policiais estão sendo vítima dos marginais, o que dizer dos cidadãos comuns, que não usam farda ou qualquer tipo de armamento?

A população, por outro lado, não mais admite desculpas esfarrapadas de que não existem recursos para maiores investimentos na área da segurança pública.

Da mesma forma, a população não mais aceita que o Poder Público alegue que cada preso de Justiça custa aos cofres públicos, mensalmente, mais de R$ 1.000,00 enquanto o trabalhador, que paga seus impostos, ganha um salário de apenas R$ 460,00. Para a população essa situação tem de ser invertida o mais rápido possível. Assim a segurança pública teria mais recursos para melhor cumprir com a sua finalidade constitucional.
Voltaremos ao assunto.

ATÉ A PRÓXIMA, PREZADOS LEITORES!

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