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Prenúncio de pesadelo: o inverno chegou e a população começa a sofrer com as alagações

Sábado, 13 Novembro de 2010 - 09:56 | Walmir Miranda


O problema continua atanazando a vida da população portovelhense apesar de ser “algo antigo”. Porém, a incompetência do poder público (principalmente em âmbito municipal) continua a não encontrar uma solução definitiva para o mesmo, apesar da cidade em grande parte ser plana, ter poucos morros e ser cortada por diversos córregos nas áreas centrais, leste e sul do perímetro urbano.



O problema sobre o qual nos referimos chama-se: alagações causadas pelas chuvas de inverno que nestas paragens da Amazônia Ocidental dura de quatro a seis meses, todos os anos.

Portanto, o problema trata-se de algo bastante “conhecido” dos políticos e dos administradores públicos, que em épocas de campanhas eleitorais dizem conhecer todas as agruras da população, e que se eleitos saberão como resolvê-los. Muitos desses prometedores dizem, descaradamente, ao povo que residem no município a décadas, por isso conhecem os seus problemas e de seus distritos, e sabem como resolvê-los (só nunca explicitam como isso será feito).

Entretanto, para que isso se materialize, eles, os políticos, precisam do voto do povo para conquistar esse ou aquele cargo político. O povo então embarca e os elege. Depois, dá no que dá. E tome lamentações.
Valendo lembrar que, o cargo de prefeito é um dos preferidos.
Por isso, via de regra, como dito acima, o povo acredita, para só depois perceber que, as promessas não passaram de falácias, de enganações, de mentiras deslavadas, de “baboseiras eleitoreiras”, ou seja, os problemas continuam existindo e a população se “lascando”, porque por mais que reclame não encontra quem lhe dê ouvidos.

Só muito depois, é que a população percebe que “tudo continua como dantes, no quartel de Abrantes”.
Restando apenas espernear, porque novas eleições só de quatro em quatro anos (minoritárias, para eleger prefeitos e vereadores, e majoritárias para eleger presidente da República, senadores, deputados federais, governadores e deputados estaduais).
Aí, como diz o adágio popular: a Inês é morta. Só resta chorar sobre o leite derramado.

Tudo isso se encaixa como uma luva, no que tange ao “velhíssimo” problema das alagações (centrais e periféricas) da Capital rondoniense.
Pior nessa história é que, as alagações continuam a ocorrer praticamente nos mesmos locais, nos mesmos bairros, nos mesmos perímetros urbanos, principalmente nas periferias mais distantes, onde o povo está entregue à própria sorte, pois só é enxergado de verdade quando das campanhas eleitorais. E quando o cidadão por mais miserável que seja é tratado de “Excelência”. Verdade ou não?
Não é só isso.

Nos períodos invernosos, a cidade de Porto Velho fica com quarteirões inteiros totalmente tomados pelas águas das chuvas.
O quadro em alguns pontos é simplesmente desalentador e caótico. As pessoas ficam desesperadas ao adentrarem em seus estabelecimentos (residenciais ou comerciais) e perceberem que a chuva danifica pisos, paredes, pinturas, móveis, eletrodomésticos, roupas, mercadorias, dentre outras coisas.

Pior: nem a prefeitura municipal ou do governo os ressarci de nada. Também, porque não existe nenhuma Lei Municipal com essa finalidade específica. Alguma coisa só é feita quando a situação beira uma catástrofe de conseqüências incalculáveis, muitas vezes até com o registro de perda de vidas humanas.

Porém, cabe dizer que, de algum tempo para cá, através de recursos federais, as prefeituras vem retirado famílias de áreas de risco e dando-lhes novas moradias. Mas isso ainda está muito longe de atender todas aquelas famílias que perdem tudo quando dos períodos invernosos na Amazônia. Porto velho está dentro desse contexto.

Embora algumas obras já tenham sido feitas na cidade para evitar que esse grave problema se alastre e torne a situação mais danosa do que está, se ouve pelos quatro cantos da cidade que a realidade é muito incipiente, que os políticos e os administradores públicos deveriam se preocupar um pouco mais com a questão.

É que a rede de galerias pluviais da cidade de Porto Velho ainda é pequena para o tamanho de uma Capital de Estado como ela é. Só não vê isso quem não quer.

Em alguns pontos da cidade essa rede de galerias pluviais é muito pequena. Suas tubulações não são largas o suficiente para permitir a vazão de águas das chuvas de inverno, findando por represá-las. Essa situação se agrava em dias de verdadeiros “torós” misturados com raios e temporais.

Para completar esse grave quadro, os portovelhenses se depararam com centenas de buracos nas vias públicas, além de outras centenas de crateras nas esquinas da maioria das quadras urbanas.

São buracos enormes, sem nenhuma sinalização, que colocam em risco a vida das pessoas, assim como de seus patrimônios, principalmente automóveis, motos e bicicletas, vez que, quando chove torrencialmente ficam cheias e a água esconde o perigo que representam.

Muitos acidentes já se registraram por conta disso, sendo que de alguns destes já resultaram mortes. Mesmo assim, a prefeitura continua sem fechar as crateras existentes nas esquinas e ninguém até agora se posicionou para chamar ou responsabilizar, via judicial, o prefeito e seus assessores, por esses descalabros contras os cidadãos que trabalham e pagam pesados impostos e têm direito a reparação dessa situação a qual continuam expostos por aquilo que se poderia chamar de omissão do poder público.

Triste nessa história é ver que apesar dos “rios de dinheiro” que têm desembocado no tesouro municipal a situação quando péssima em se tratando de galerias pluviais e canalização de córregos. Embora alguma coisa já tenha sido feita nesse sentido, com o gasto de vários milhões de reais.

Não é preciso lembrar que, às vésperas das eleições diversas ruas foram alvos de “serviços de limpeza”, “encascalhamentos e patrolamentos”. Só que, agora as chuvas de inverno chegaram e os lamaçais estão “brotando” por toda parte. Em alguns setores da cidade as pessoas mal conseguem andar ou “deslizar” sobre a lama. Em alguns desses locais nem urubu de chuteiras consegue passar.

Em outras partes as lagoas são tão extensas que até sapos estão morrendo afogados. E o cenário se completa com sacos de lixo e dejetos escatológicos à deriva, indo de norte a sul, de leste a oeste, dentro dos bairros colocando em risco a saúde e a vida das pessoas.
E ainda tem aquela frase “feliz” da propaganda e publicidade da prefeitura que diz: Porto Velho, a cidade de todos.

Que coisa! Que coisa! Que coisa!

Por fim compete dizer que, não se está querendo dizer que a administração municipal não esteja fazendo algumas coisas boas pela Capital e sua população. Não é isso.

O assunto de hoje é sobre as alagações provenientes do período invernoso. É que entra ano e sai ano e as coisas ficam apenas na base das promessas. Disso a população já está cheia. Por isso mesmo está reclamando e cobrando soluções urgentes.

Lembrando que, daqui a pouco estaremos em 2012, e aí haverá, certamente, o “ajuste de contas” das urnas com aqueles políticos que muito prometeram nas eleições passadas, porém, pouco ou nada fizeram até agora nos cargos para os quais foram eleitos, ou seja, prefeito e vereadores. A não ser se locupletar das benesses que lhes são possibilitadas pelo dinheiro público, que em sua grande parte é extraído do suor do povo trabalhador.
Seria bom não esquecerem disso.

Com relação às alagações provenientes das chuvas fortes de inverno, resta pedir que Deus em sua santa misericórdia tenha pena dos portovelhenses e dos rondonienses em geral, e com o seu santo poder, determine que São Pedro feche as torneiras do céu (para não chover tanto), para que dessa forma, os prejuízos e o sofrimento da nossa gente sejam minimizado o máximo possível. Amém!

ATÉ A PRÓXIMA, PREZADOS LEITORES !!! Rondoniagora.com

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