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Cremero fiscaliza unidades de saúde do interior e interdita centro cirúrgico de Nova Brasilândia

Quinta-feira, 28 Julho de 2016 - 14:40 | Da Redacao


O Conselho Regional de Medicina do Estado de Rondônia (Cremero) interditou o centro cirúrgico do Hospital Municipal Anselno Bianchini em Nova Brasilândia por falta de equipamentos. Outros 12 municípios no interior do estado passaram por fiscalização durante a operação do conselho, ocorrida no período de 13 a 17 de julho. Em algumas unidades, o Cremero constatou estruturas maior que as necessárias, mas sem infraestrutura suficiente para atendimentos.

De acordo com o Cremero foram mais de dois mil quilômetros percorridos durante fiscalizações em unidades básicas, postos de saúde e hospitais. A interdição do centro cirúrgico do Hospital Municipal Anselmo Bianchini, em Nova Brasilândia, ocorreu por falta de equipamentos como carro de anestesia, monitor cardíaco contínuo, fio guia para intubação, cardioversor e até mesmo por falta de escala contínua de anestesistas.

A comitiva do Conselho também percorreu as cidades de Teixerópolis, Urupá, Alvorada do Oeste, São Miguel do Guaporé, Seringueiras, São Francisco do Guaporé, São Domingo, Costa Marques, Nova Brasilândia, Novo Horizonte, Rolim de Moura, São Felipe e Primavera. Durante as fiscalizações, o Cremero identificou que a maioria das pequenas cidades percorridas possuem uma estrutura hospitalar maior que a necessária, com centros cirúrgicos e enfermarias, mas que enfrentam problemas como falta de equipamentos e profissionais, inviabilizando assim, o atendimento médico.

O maior dos problemas foram, de uma forma geral, apontados nas salas de urgência e emergência, que quando existentes, atendem de forma caótica. Para se ter uma ideia, os hospitais fiscalizados não possuíam, em sua maioria, equipamentos essenciais como o cardioversor ou desfibrilador, que é um gerador de energia elétrica de tensão regulável capaz de estimular o coração com dificuldades de contração. Os únicos hospitais que continham este equipamento eram os da cidade de São Francisco do Guaporé e Teixerópolis. Os outros ou não tinham ou estavam sem funcionamento.

“Não dá para entender o porquê da construção de hospitais enormes em locais pequenos diante da impossibilidade de equipá-los e manter uma equipe de atendimento suficiente. A lei estabelece que o município é quem define as prioridades e faz a gestão dos seus recursos para a saúde. Desta forma o ideal seria investir na da saúde da família, trabalhando na prevenção de doenças para a melhoria da qualidade de vida da população” destacou o presidente do Cremero, Dr. Cleiton Bach, ao enfatizar ainda que o ideal seria que todos os municípios se unissem e construíssem um hospital de maior porte e centralizado para garantir o bom atendimento e a saúde dos pacientes. “O que acontece na maioria das vezes é que o paciente tem a falsa sensação de que está seguro tendo um hospital em sua cidade” ressaltou.

Apesar de todos os problemas apontados, o Conselho finalmente desinterditou o centro cirúrgico do hospital de São Miguel do Guaporé, interditado desde de 2014 também por falta de equipamentos. “O que a gente nota é que além do problema de recursos insuficientes para investimento na saúde pública ainda temos que lidar com a falta de planejamento de nossos governantes. O dinheiro é mal investido. Estas unidades hospitalares maiores, se presentes em grandes centros, ajudariam muito mais as pessoas” finalizou o vice-presidente do Conselho, Dr. Andrei Leonardo.

Os centros cirúrgicos dos hospitais das cidades de Costa Marques e Seringueiras interditados em 2014 continuam inativos. Uma outra sala dentro do centro cirúrgico do hospital de Rolim de Moura onde eram realizadas cirurgias eletivas também continua interditada desde o ano passado. O Cremero se prepara agora para prosseguir com outras fiscalizações em outros municípios.

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