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Cadeia produtiva do pirarucu em Rondônia é tema de estudo de doutoranda da USP

Quinta-feira, 23 Julho de 2015 - 12:04 | Wania Ressutti


Boa localização, solo apropriado, água em abundância. Esses foram os primeiros passos para se acreditar que era possível criar peixes em cativeiro em Rondônia. A produção nesse sistema do maior peixe de escama no mundo e maior peixe da Amazônia começou a ser pensado em meados de 1992, mas somente nos últimos cinco anos o pirarucu de Rondônia ganhou força no estado.



Ameaçado de extinção e protegido por lei o pirarucu tem grande aceitação comercial, em especial nos estados do sul e sudeste. Dele tudo se aproveita e por não ter espinha e nem o sabor forte comum de outros peixes, é procurado mundialmente, especialmente para uso na culinária.

Com vistas a esse mercado em expansão o governo de Rondônia tem investido na sua produção em cativeiro e o estado se orgulha de ter a primeira cadeia de produção de pirarucu em escala comercial. Mas a cadeia produtiva está só engatinhando e ainda há muito por fazer.

Um estudo vem sendo realizado pela doutoranda em administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), Gleriani Torres Carbone Ferreira. Com mais de 15 anos de experiência em logística e comércio internacional, ela tem se dedicado a estudar a aquicultura na Amazônia, com foco na cadeia produtiva do pirarucu. A ideia é entender o papel das instituições na gestão dessa cadeia produtiva em Rondônia e em outros estados da região como Amazonas, Amapá e Pará.

Em Rondônia, Gleriani visitou a Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Desenvolvimento e Regularização Fundiária (Seagri) e a Superintendência do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) em Rondônia. Na Emater-RO ela conversou com o presidente, Luiz Gomes Furtado e com a engenheira de Pesca, Maria Mirtes de Lima Pinheiro. Segundo a doutoranda ainda existe uma lacuna muito grande na gestão da cadeia produtiva do pirarucu em Rondônia. “É preciso que haja mais investimento em pesquisa e maior integração entre os órgãos e instituições que atuam no segmento, para que um pudesse aproveitar melhor o trabalho que vem sendo feito pelo outro”, diz, explicando em sua visão administrativa.

Outra preocupação em seus estudos está o baixo aproveitamento de peixe para consumo no país. O Brasil está chegando a nove bilhões de habitantes e necessário se faz produzir alimentos. Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, 2014), o pescado deve ser um grande aliado na luta pela alimentação de qualidade, pois uma porção de 150g pode fornecer cerca de 50 a 60% das necessidades diárias de proteínas de um adulto. “Mas o potencial de produção de peixes no país está bem abaixo do desejado”.

Para o presidente Luiz Gomes, essas informações levantadas pela doutoranda são de extrema importância para que o estado possa obter dados de pesquisa científica voltados para a organização da cadeia produtiva do pirarucu. “Com essas informações poderemos trabalhar de forma mais efetiva para obter o melhor resultado possível para o estado e para os agricultores”, finaliza.

Gleriani deverá ainda visitar outras instituições e frigoríficos, conversar com produtores e analisar cursos oferecidos no estado para complementar seus estudos

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