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Casos de violência contra a mulher continuam elevados em Rondônia, diz delegada

Sexta-feira, 26 Fevereiro de 2016 - 14:25 | RONDONIAGORA


Casos de violência contra a mulher continuam elevados em Rondônia, diz delegada

“Vim aqui para tentar salvar minha filha”, diz o autônomo, de 59 anos, na recepção de Delegacia Especializada de Atendimento da Mulher (Deam), no centro de Porto Velho. Junto com a filha mais nova, o morador da Zona Sul da capital, conta que perdeu o contato com a filha, de 28 anos, na última terça-feira (23), quando ela foi para um sítio, com um possível namorado. De acordo com a delegada Márcia Gazoni, este é apenas um dos vários pedidos de socorro que as mulheres e família fazem na delegacia.



Na Deam, o pai, expressava o nervosismo pela falta de informação. “Ela conhece esse rapaz tem pouco tempo. Mas ela está com depressão, por causa de um relacionamento ruim que ela teve. Agora ele se aproveitou e não deixa ela voltar pra casa e nem sequer a gente falar com ela. Na terça eu estava falando com ela, e ele tomou o telefone e desligou. Por isso preciso de ajuda, porque nem sei onde fica esse sítio. Ela precisa de cuidados”, diz o autônomo.

Também na recepção da delegacia, uma doméstica de 55 anos, convive com o marido violento há 31 anos. Nesta sexta-feira (26), ela mostra o braço com hematoma (foto), causado, segundo ela, pelo marido que chegou em casa bêbado. “Eu já tentei me separar dele. Mas quando nosso filho morreu, pediu pra eu deixar o pai ficar em casa. Mas agora não dá mais. É muita humilhação. Não aguento mais apanhar. E ele não pode pegar em dinheiro que bebe e fica assim. Me bate quando chega em casa”, desabafa a doméstica.

Em 2015, a Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher registrou 5.188 ocorrências de violência doméstica. Tiveram ainda 966 inquéritos e 795 medidas protetivas foram expedidas. “Não houve um aumento da agressão. Na verdade ela se mantém muito elevada. Por dia, aqui na Deam, são em média 20 ocorrências. São muitos casos de lesões corporais, ameaça, injúria, violência moral e a patrimonial”, explica a delegada Márcia Gazoni.

Segundo Márcia, a mulher pode fazer o registro da violência na delegacia de polícia civil do bairro mesmo, ou ainda o vizinho, amigo ou parente pode fazer a denúncia anônima. “As mulheres, hoje, estão muito mais informadas sobre os seus direitos. E por isso, muitas nos procuram. E aqui da delegacia ela terá o primeiro atendimento, mas existe toda uma Rede de Enfrentamento da Violência contra a Mulher que faz esse acompanhamento”, esclarece.

As denúncias podem ser feitas pelos números 180 (atendimento nacional), 197 (Polícia Civil de Rondônia), nos telefones da Deam 3216-8800 e 3216-8855, além das delegacias próximas, e também agora via whatsapp 69-8418-7820. A denúncia pode ser feita anônima.

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