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Dia Internacional da Mulher – Por Ruzel Costa

Sexta-feira, 08 Março de 2013 - 09:13 | Ruzel Costa


As mulheres deveriam receber homenagens todos os dias, mas em especial contam com dois exclusivos para debates, polêmicas, promoções, presentes, discursões entre os seus direitos e deveres: os dias 08 de março dia internacional e 30 de abril dia nacional. Infelizmente, o Brasil é um dos países com os maiores índices de violência contra a mulher.  O mais interessante é que temos a Lei Maria da Penha, uma das mais modernas e completas do mundo: Lei com o número 11.340 sancionada pelo então Presidente da República Luís Inácio Lula da Silva  em  07 de agosto de 2006:



Art. 1º  Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, as Formas de Violência contra a Mulher... Dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar.

Art. 2º  Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.

Pequeno e polêmico histórico

O Dia Internacional da Mulher é um marco na história contemporânea, e reafirma todas as metas alcançadas pelas mulheres durante os anos, mas surgem dúvidas sobre a origem do dia. Jornais e artigos de instituições de ensino superior do Brasil e de outros países da América Latina, além de órgãos da imprensa tem dado espaço para divulgação desses estudos que questionam a festejada data.
Segundo a versão mais conhecida, esta data seria uma homenagem às operárias mortas em um incêndio que teria ocorrido em uma fábrica têxtil de Nova York, nos Estados Unidos em 1857. Para muitos pesquisadores a "verdadeira" história do 08 de março é outra e a alegada tragédia de 1857, quando 129 operárias teriam sido queimadas vivas, não passa de uma ficção.

Em 1982 as pesquisadoras francesas Liliane Kandel e Françoise Picq demonstraram que a famosa greve feminina de 1857, onde estaria a origem da data, pura e simplesmente não aconteceu, não vem noticiada e nem mencionada em qualquer jornal norte-americano, mas todos os anos milhares de órgãos de comunicação contam a história como sendo verdadeira.

Foi a partir da Revolução Francesa, em 1789, que as mulheres passaram a atuar na sociedade de forma mais significativa, reivindicando melhoria nas condições de vida e de trabalho, maior participação política, acesso à instrução e à igualdade de direitos entre os sexos.

Em 1907 a ativista alemã Clara Zetkin encabeçou a realização do I Congresso de Mulheres Socialistas, ocorrido em seu país, o que impulsionou definitivamente a participação das mulheres nas questões políticas e contribuiu para as primeiras conquistas da mulher operária.

Em 08 de março de 1910, por proposição da própria Clara na II Conferência Internacional das Mulheres, realizada na Dinamarca, foi aprovada a criação do Dia Internacional da Mulher, o que só foi oficializado pela ONU como Dia Internacional apenas em 1975.

Colocar em dúvida ou derrubar o mito de origem da data 8 de Março não implica na  desvalorização do significado histórico que este adquiriu, mas sim, enriquecer a comemoração do dia com a retomada de seu sentido original - a igualdade em seus direitos e deveres.

A situação da mulher, no geral teve progresso, mas ainda em diversas regiões do planeta  encontramos situações de intolerância e descrédito em pleno século XXI, como por exemplo em países do Oriente Médio, da África e Sudeste Asiático, onde em alguns grupos étnicos praticam a mutilação genital feminina, ou seja, a retirada total ou parcial dos órgãos sexuais. Ainda ocorre na Índia o costume do dote, e muitas famílias não conseguem pagar dote para casar várias filhas, por isso os indianos preferem filhos do sexo masculino.

A Anistia Internacional calcula que cerca de 5 mil mulheres são mortas anualmente na Índia em disputas familiares por dotes.

Em Uganda, na África, a lei reconhece ao homem o direito de bater na mulher, a violência no país é endêmica. Na América Latina, a violência doméstica atinge entre 25% a 50% das mulheres. O Brasil encontra-se entre os países do mundo que  exportam mulheres para o mercado exterior da prostituição. Mulheres são levadas c iludidas com promessas de emprego e bons salários ou até mesmo traficadas.

Os recentes episódios de estupros coletivos na Índia, assassinatos no Brasil, mostram o perigo que as mulheres enfrentam diariamente. Apesar da violência e do preconceito ocorra praticamente em todos os lugares, muitos países são extremamente  perigosos para elas: Afeganistão, Paquistão, Índia, Somália, República Democrática do Congo e África do Sul.

Desde 1999, a Organização das Nações Unidas (ONU) proclamou 25 de Novembro,  o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres. O dia foi escolhido para destacar o brutal assassinato das irmãs Mirabal (Patria, Minerva e Maria Teresa, conhecidas como “Las Mariposas”) opositoras da ditadura de Rafael Leônidas Trujillo, na República Dominicana, em 25 de novembro de 1960.

Mas nem tudo são trevas, as mulheres estão galgando postos antes tidos como trabalho de homem: borracheiras, pilotos de avião, motoristas de ônibus, taxistas, governadoras, enfim. Recentemente a Coreia do Sul uma das maiores potências econômicas do planeta, elegeu pela primeira vez uma mulher Presidente   Park Geun-hye.
Finalizando o texto, tive o grande privilégio de receber relatos de mulheres com grandes lições, incentivos e informações importantes:

Solange Cruz Bichara Resende Presidente da Escola de Samba Mocidade Alegre - São Paulo “Deixo aqui um pequeno relato da minha trajetória, pois sei que para muitos irá servir e para outros nem tanto, porém a vida é assim nem tudo nos cabe, por isso temos que aproveitar aquilo que nos é devido e designado, todos temos uma missão e cabe a cada um de nós saber administrá-la. A Mocidade Alegre é uma extensão da minha casa, eu digo a todos que meu nome é Solange e o sobre nome Mocidade... Vivo intensamente pra aquilo que acredito, aposto todas minhas fichas e deposito todas as minhas energias nesse foco que é o nosso concurso, conto com uma equipe firme e pré-disposta, não me preocupo com o alheio, temos determinação em nosso ideal. Nossa comunidade é guerreira e movida por uma grande paixão que é o nosso pavilhão... Para mim que sou mulher e mãe é uma honra conduzir essa família, portanto mulheres nunca desistam de seus ideais tudo é possível, acredite, se esforce, e nunca desista, pois nós conduzimos nossa vida e trilhamos os caminhos a percorrer... Quer ser vitoriosa? seja! quer ser independente? seja! você pode, fé e coragem que a gente chega lá. Abraços  Presidente Solange Cruz Bicampeã 2012-2013.

“Sou mulher e sou pastora. Sou profissional na área da educação e líder de uma pequena comunidade evangélica. Mas não me sinto diferente de nenhuma outra mulher, por desempenhar funções religiosas. Afinal, quem sou eu? Mulher, simplesmente mulher. Penso como mulher, ajo e reajo como mulher. Não sinto olhares de preconceitos em minhas atividades, quer como educadora, quer como pastora. Reconheço que foi um extraordinário avanço  a mulher ter conquistado, mais este espaço. Exercer funções sacerdotais era algo impensável para a mulher, até algumas décadas atrás; mas a discriminação continua e até hoje, a católica e algumas denominações protestantes não aceitam o ingresso de mulheres no ministério pastoral. Não somente no sacerdócio, mais em outras atividades, creio ser irreversível que a mulher venha a desempenhar funções tidas como masculinas ou privativas do homem.” Isabel Cristina Ferreira Oliveira.

Elda Luciana Oliveira Melo – Presidente da Comissão da Mulher Advogada – OAB – RO  alerta “Gostaria de informar a todas as mulheres do estado de Rondônia que existem meios para punir a falta de respeito e agressões em face das mulheres. Quando forem violentadas por seus parceiros não precisam aguentar a violência caladas por medo de serem novamente agredidas, o melhor caminho é se dirigir até a Delegacia da Mulher e registrar uma ocorrência policial em face do agressor.

Nos casos de perseguição ou ameaça de morte as mulheres podem estar solicitando medidas protetivas. O objetivo principal da medida protetiva é obviamente, garantir a integridade física da mulher, pois com tal medida podem levar no máximo possível, uma vida normal, digna e que possa lhe proporcionar tranquilidade para continuar trabalhando, criando filhos, exercendo diversos atos importantes de sua vida civil”



Maria da Penha Maia Fernandes – Fortaleza-Ceará 1945

A DEAM- Delegacia Especializada da Mulher funciona diariamente de 07H:30 às 19H:30 para registro de ocorrência (inclusive sábados, domingos e feriados). Endereço: Rua Euclides da Cunha nº 1878 – Esquina com a Avenida Sete de Setembro- Centro - Porto Velho-RO Telefones: 69 3216-8800 e 69 3216-8855.

VALEU POR VOCÊS EXISTIREM!

Professor Ruzel Costa leciona na Faculdade Faro, Colégio Objetivo, Escola de Ensino Fundamental e Médio Madeira-Mamoré  e Colégio Interação. Em Porto Velho-RO

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