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Enchente: Famílias em área de risco aguardam ação do poder público

Quarta-feira, 27 Janeiro de 2016 - 17:38 | RONDONIAGORA


Enchente: Famílias em área de risco aguardam ação do poder público

Após a enchente histórica em Porto Velho em 2014, e mais de mil famílias terem sido retiradas das áreas de risco, muitas voltaram e continuam em suas casas, mesmo após advertência da Defesa Civil quanto à ameaça de novos episódios. No Beco Gravatal, Bairro Nacional, a maioria dos moradores está no local, passado o período de cheia.



A idosa Maria Moraes de Souza, aposentada que reside há mais de 30 anos com sua família (cinco pessoas e um criança), disse que recebeu auxílio aluguel durante os três meses de cheia, e em junho de 2014 voltou à sua residência mesmo sabendo ser área de risco. “Eles me inscreveram no cadastro para sorteio das casas populares, porém não fui contemplada. Já no ano passado, que mesmo sendo de menos intensidade, a água ainda voltou a atingir minha casa, mas fui obrigada a pagar aluguel, porque não recebi nada de auxílio”.

Por não ter condições financeiras, em maio do mesmo ano, quando as águas baixaram, dona Maria voltou novamente para sua casa. “Não temos pra onde ir, então o jeito é ficar por aqui mesmo” concluiu ela.

Este ano, as famílias estão em alerta quanto à possibilidade de uma nova enchente, mas até o momento, a Defesa Civil ainda não passou pelo local. Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de Porto Velho, as casas das áreas de risco que estão abandonadas ou que os proprietários foram sorteados no Programa Federal Minha Casa Minha Vida, começaram a ser demolidas.

Outra moradora do Beco Gravatal, a autônoma Antônia Leite Pinheiro, que mora na área também há mais de 30 anos, perdeu todos seus bens em 2014. Diferente de dona Maria, foi contemplada em 2015 com um apartamento do programa popular, porém não aceitou por ter dificuldades de subir e descer escadas e preferiu esperar por uma casa.

“Eu consegui um terreno em uma área na margem esquerda do rio, onde a prefeitura até havia prometido doar para os atingidos, mas isso ficou só na promessa. Estou construindo um barraquinho lá, e aos poucos vou levando minhas coisas, se a enchente acontecer de novo, não vai me pegar de surpresa”, declarou.

O que as famílias atingidas pela últimas cheias, no Beco Gravatal, esperam é que o poder público cumpra com o compromisso de garantir moradia digna para cada cidadão. “Enquanto a prefeitura não arrumar um lugar certo, ficarei aqui com minha família, ou talvez lá no outro barraco, mas só saio do meu lugar para outro melhor. Quero ter a dignidade de sair pela porta da frente de minha casa” finalizou ela.

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