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Escada como rota de fuga: gestão Léo Moraes volta a pedir ao Iphan autorização para alterar “prédio do Relógio”, tombado pela União
Quarta-feira, 13 Agosto de 2025 - 10:58 | Redação

A Prefeitura de Porto Velho protocolou, pela segunda vez, solicitação ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para realizar modificações no “prédio do Relógio”, imóvel tombado pela União e integrante do patrimônio histórico da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, hoje sede da municipalidade. O pedido envolve intervenções externas e internas que, segundo historiadores, descaracterizam a construção original.
O contrato de cessão de uso gratuito do imóvel, firmado em 2017 entre a União e o município (nº 05310.000046/2017-03), determina que o prédio deve manter suas características originais. A estrutura, com tombamento federal, foi cedida para fins culturais, sendo prevista sua utilização como museu. Na primeira tentativa de alteração, a proposta gerou ampla repercussão nas redes sociais e críticas de historiadores e da população.
Entre as obras solicitadas ao Iphan estão a instalação de escada externa e porta (o prefeito justificou a ideia como saída isolada para não ter contato com a população), demolição e reconstrução de partes da fachada, infraestrutura de escada, pintura compatível com o imóvel, guarda-corpo e corrimão, demolição e retirada de esquadrias, instalação de portas e pisos vinílicos, além de reformas no gabinete do prefeito, copa e lavabo, incluindo troca de louça sanitária e pintura das paredes.
Parte das críticas se concentra na escada externa, apontada por opositores como rota de fuga para a garagem. Para os defensores da preservação, a construção compromete o conjunto arquitetônico e fere a função original do espaço. O documento sugere que obras dessa natureza sejam direcionadas ao prédio-sede da Prefeitura, localizado na rua Pedro II, em frente à Catedral de Porto Velho.
A preservação de bens tombados exige, por lei, que qualquer intervenção seja autorizada pelo Iphan, garantindo a integridade do patrimônio histórico.
Defensores da originalidade do prédio afirmam que a conservação é essencial para manter viva a memória da cidade e assegurar que futuras gerações conheçam suas raízes e aprendam com o passado.