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Operação Deforest: Acusação de uso de estrada pública por Chaules Pozzebon é rechaçada por documentos do Governo Federal

Terça-feira, 26 Novembro de 2019 - 18:13 | da Redação


Operação Deforest: Acusação de uso de estrada pública por Chaules Pozzebon é rechaçada por documentos do Governo Federal

Documentos obtidos com exclusividade pelo jornal Rondoniagora começam a desmontar uma série de acusações envolvendo o empresário Chaules Volban Pozzebon, preso desde o dia 23 de outubro durante a Operação Deforest. Um estudo do Serviço Florestal Brasileiro do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento sobre a viabilidade econômica da exploração da Floresta Nacional de Jacundá aponta a Linha 106, em Cujubim, conhecida por Ramal do Soldado da Borracha, como de uso privado e que necessita da contribuição dos usuários para sua manutenção.

Em trecho do estudo, o SFB aponta: “Possui aproximadamente 6 m de largura e 64 km de extensão. Existe uma porteira com uma casa, a qual é utilizada como ponto de apoio e controle da estrada. A estrada do Chaule não é pavimentada, mas está em condições muito boas de trafegabilidade. Percorre paralelamente todo o lado leste da Flona de Jacundá e tem por objetivo escoar a produção madeireira dos diversos lotes com plano de manejo florestal existentes nessa região”. Mais adiante o documento fala da manutenção da estrada: “... Sua manutenção é realizada com recursos arrecadados da cobrança de uma quantia previamente estipulada entre o Sr. Chaule e o detentor do plano de manejo, para que possa utilizar a via no transporte das toras de madeira. A via recebe manutenção particular anual e é fechada na época da chuva (dezembro a março), período em que pode ser utilizada apenas por carros e caminhões sem mercadorias”.

Pela conclusão dos técnicos do Ministério da Agricultura, a estrada é de uso particular, não pública como apontam as denúncias trazidas ao Ministério Público em Ariquemes por um grupo de agricultores e foi construído um posto de controle entre os usuários que mantinham a sua trafegabilidade e não uma porteira onde se exigia pedágio. Na Operação Deforest, policiais atearam fogo no local porque no entendimento do MP a via se tratava de uma estrada pública, o que é contestado pelos próprios estudos do Serviço Florestal Brasileiro.


Restabelecendo a verdade

Procurado pela reportagem, o advogado criminalista Tracy Reinaldet, que coordena a defesa de Chaules não quis se pronunciar sobre o assunto, limitando-se a informar que os autos correm em segredo de Justiça, embora esteja preparando uma vasta lista de documentos restabelecendo a verdade sobre os fatos imputados ao cliente.

A Operação Deforest foi deflagrada pelo Ministério Público com apoio da Polícia Federal a partir de depoimentos de um grupo de agricultores do Ramal Soldado da Borracha. Entre as acusações, eles argumentam que a citada Linha 106 era propriedade pública e que estava trancada por uma porteira, onde só entrava quem o empresário permitia. Acusaram também Chaules de estar tomando posse de suas propriedades com apoio de funcionários seus, embora existam casos em que a terra está em nome do próprio empresário.

Política e invasão de terra

O caso de Chaules chamou atenção de um velho conhecido da região de Machadinho do Oeste. Elizeu Berçacola Alves que estaria envolvido em invasão de terras junto com Movimento do Sem Terra (MST) participou de uma ampla reportagem no UOL, acusando Chaules de fazer parte de uma engrenagem que usa a grilagem de terras para enriquecimento ilícito, fazendo uso de força para manter seus negócios. Elizeu, membro da Comissão Pastoral da Terra, não apresentou prova alguma nas reportagens citadas, mas potencializou as acusações ao citar que deixou Rondônia em 2016 após sofrer múltiplas tentativas de emboscadas e uma tentativa de que por pouco não tirou sua vida. Elizeu usou o discurso de proteção ambiental para tentar eleger-se vereador em 2004, perdendo nas urnas, mas manteve o status de ambientalista, ostentando reportagens em veículos de renome nacional como Estado de S. Paulo.

CLIQUE AQUI E CONFIRA O DOCUMENTO NO SITE DO SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO

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