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Para ativista Mara Valverde mulheres podem ser felizes fazendo o que quiserem

Quinta-feira, 08 Março de 2018 - 15:07 | da Redação


Para ativista Mara Valverde mulheres podem ser felizes fazendo o que quiserem

A ativista contra a violência à mulher e coordenadora de formação sindical do Sindler, a turismóloga Mara Valverde acredita que todas as mulheres têm direito ao respeito e a dignidade.
Mara conta que desde pequena era muito questionadora, e na adolescência, no grupo de jovens do bairro iniciou o trabalho em prol de causas femininas importantes, porque observava a luta continua de sua mãe, que sempre a inspirou. Em 1990, ela passou a integrar o Fórum de Mulheres de Porto Velho, e defende o empoderamento por meio da cultura.
Para a ativista o maior desafio das mulheres hoje é quebrar as barreiras de preconceitos da sociedade, procurando perceber o seu papel, e conquistando o seu lugar exigindo respeito. Mara falou sobre as dificuldades de superar a morte do marido, o ex-deputado Eduardo Valverde, quando estava com dois filhos adolescentes, e na época já envolvida em muitos projetos. “Fiz uma pausa, me dediquei mais à família, mas nunca deixei de continuar lutando pela causa.”
Ela acredita que para a mulher ter mais oportunidades, é preciso que haja uma maior mobilização pública em todas as esferas, municipal, estadual e federal. “Hoje existe na cidade o Centro de Referência para mulheres, A Casa Abrigo, o projeto Sonho de Liberdade, onde elas podem receber o apoio necessário. Mas é imprescindível que a cidade invista em mais políticas públicas, em profissionais preparados para lidar melhor com os casos de violência. Para que a mulher consiga superar a violência é preciso que ela esteja empoderada, e para isso é necessário um trabalho reforçando a independência feminina. A mulher precisa se tornar protagonista, procurar estudar, trabalhar e ser independente.”

Educação

Na opinião de Mara, os gestores precisam pensar em formas de diminuir a violência desde a infância, e para isso a educação é essencial. “A formação educacional é uma forma de prevenção à violência contra a mulher também.” A ativista acredita que os professores precisam ensinar a importância do respeito à mulher, “os profissionais da educação e saúde tem papel fundamental neste trabalho de prevenção e socorro às mulheres, já que na escola as crianças costumam comentar sobre as situações que as mães sofrem em casa. E também os profissionais da saúde precisam estar preparados para lidar com mulheres que passaram por casos de violência, e ajudá-las a denunciar. Com a colaboração da sociedade, aos poucos as mulheres vão conseguindo se livrar da violência.”

Ciclo

Para tratar desse mal social, a ativista entende que é necessário compreender o ciclo da violência, e o porquê de as mulheres acharem que aquele parceiro será o único, entender o que as prende a relacionamentos violentos. “Precisamos encorajá-las e torná-las independentes para que tenham melhor qualidade de vida e possam denunciar seus companheiros agressivos”
Ela acredita que um ponto positivo nos dias de hoje, é o fato de os jovens compreenderem melhor as lutas femininas, pelo fato de terem uma linguagem em comum para discutir assuntos como a violência doméstica, mas acha que ainda é preciso repensar o papel da mulher que sofre violência na sociedade e ajudá-la. “É preciso que a sociedade compreenda que a violência não é normal, que as relações abusivas precisam acabar. Apesar de existirem leis como a Lei Maria da Penha, é preciso que a mulher tenha acesso à saúde, educação, qualidade de vida e oportunidades para que saia das situações abusivas. Ela completa citando Simone de Beauvoir: Não se nasce mulher, torna-se mulher”, precisamos ajudar as mulheres a construírem suas vidas independentes e empoderadas. A mulher precisa aprender a sonhar, ousar e realizar, permite-se mulher. Saber dizer não, procurar respirar diante da vida atribulada e focar naquilo que considera importante. Isto é essencial.”

A ativista recorda diversos movimentos e eventos que participou, mas fala especialmente do projeto no qual faz parte, Canta Mulher, uma iniciativa que já tem 26 anos em Porto Velho. E que em 2018 acontecerá até o dia 10 de março no Sesc Esplanada. Engajada na luta social e feminina Mara fala dos próximos eventos nos quais fará parte. “Dia 9 de março receberemos os aposentados no Sindler para mostrar a lutar feminina, e empoderar mulheres. No dia 19 de março, Dia do Artesão, haverá também uma exposição especial dos artesãos locais no Complexo da Estrada de Ferro Madeira Mamoré. “

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