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População da Zona Leste vive dias de insegurança e medo às vésperas do Natal
Sexta-feira, 23 Dezembro de 2016 - 07:00 | da Redação
Às vésperas do Natal, os moradores da Zona Leste de Porto Velho não se sentem seguros nem mesmo dentro de suas residências. Considerada a região mais populosa da capital, a falta de segurança e ações que coíbam a violência na área são as principais reclamações da comunidade.
Simone lamenta o fato de não poder sair de casa nem mesmo para comemorar o Natal. “Vou ficar em casa porque tenho medo de voltar e a minha casa estar ‘limpa’. Ligar para a polícia não adianta, quando eles chegam o crime já aconteceu, não há muito o que se fazer”, completa a comerciante. A loja de Simone não passa das 19 horas aberta para o atendimento.
A mulher conta que há pouco tempo teve o telefone celular roubado dentro da pequena loja. “Enquanto eu dei as costas para atender outro cliente, levaram meu celular que estava no balcão. Estamos à mercê dos bandidos. Carro de polícia é raro a gente vê, mesmo eles dizendo que estão nas ruas”.
Simone lamenta o fato de não poder sair de casa nem mesmo para comemorar o Natal. “Vou ficar em casa porque tenho medo de voltar e a minha casa estar ‘limpa’. Ligar para a polícia não adianta, quando eles chegam o crime já aconteceu, não há muito o que se fazer”, completa a comerciante. A loja de Simone não passa das 19 horas aberta para o atendimento.
Próximo à loja de Simone, uma família de maranhenses mantém dois mercadinhos. “Vigiamos um ao outro. Aqui é terrível. A pessoa sai para trabalhar de manhã e quando volta meio-dia ‘já fizeram a mudança’. Há poucos dias dois ‘caras’ entraram aqui no mercado, os dois armados, colocaram a arma na minha cabeça e levaram R$ 1,5 mil em espécie, mais um cordão, uma pulseira e um anel de ouro. Pensei que iriam me matar”, conta Edilson Serra Ferreira, proprietário de um dos mercados da região.
Quatro casas à frente do mercado de Edilson, os pais do comerciante mantêm uma pequena frutaria. “Meu velho, de 66 anos, foi assaltado também há pouco tempo. Apontaram a arma para o rosto dele. Eles não perdoam ninguém; ainda mais agora com as festas de fim de ano, eles estão doidos para pegar o dinheirinho suado que a gente trabalha para ganhar”, lembra dona Maria Ribeiro. “Só Deus mesmo para nos guardar”, conclui.
Já no bairro vizinho, o Esperança da Comunidade, as esperanças dos moradores parecem já ter se esgotado. “Aqui não tem polícia, não, só aparecem depois que o ‘cara’ já foi roubado. Não adianta nada chamar, porque depois nem tem mais jeito”, reclama o eletricista Elton da Silva.
Na Barbearia Zona Leste, recentemente inaugurada no bairro, funcionários trabalham sempre com atenção em quem entra no estabelecimento. “Estamos aqui há um mês, até agora, graças a Deus, não acertaram aqui, e espero que nunca venham”, torce o barbeiro Edson Almeida.
E o recado para o poder público não foi esquecido pelo comerciante Edilson Ferreira: “As autoridades tem que tomar providências, contratar mais policiais, dar condições para eles trabalharem. Colocar esse pessoal na rua para atender à comunidade, só assim talvez a gente consiga ficar só mais um pouco em paz”.
Nesta sexta-feira (23), a Polícia Militar dá continuidade a mais uma edição da Operação Visibilidade, quando todos os militares que trabalham internamente deixam os quarteis para fazer a segurança. A ação acontece às sextas e sábados.