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Por ordem de adjunta, Semusa reduz vacinadores em distritos, em meio a surto na Bolívia

Segunda-feira, 14 Julho de 2025 - 10:45 | Redação


Por ordem de adjunta, Semusa reduz vacinadores em distritos, em meio a surto na Bolívia

Em contato com o RONDONIAGORA, servidores da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) de Porto Velho expressaram preocupação com decisões da secretária adjunta da pasta, Mariana Aguiar Prado, que podem comprometer a cobertura vacinal em áreas rurais e de fronteira do município. A principal queixa é a redução no número de profissionais destacados para atuar nos distritos, justamente em um momento crítico de alerta sanitário.

Por determinação da adjunta, a equipe escalada para as ações de vacinação em distritos deve ser formada por apenas dois profissionais de saúde e um motorista. Segundo relatos, a medida é considerada inviável frente à alta demanda nessas regiões, onde há grande número de moradores, incluindo centenas de crianças em idade de imunização. Ainda assim, a ordem tem sido imposta de forma rígida.

A preocupação se agrava com o cenário regional. A Bolívia, país que faz fronteira com Rondônia, decretou estado de emergência na última semana devido ao avanço do surto de sarampo. Os distritos localizados ao longo da faixa de fronteira estão entre os mais afetados pela redução de equipes, o que, segundo servidores, pode facilitar a entrada e a propagação da doença no território brasileiro.

De acordo com os profissionais, em algumas localidades a média de atendimentos por vacinador ultrapassa 100 pessoas por dia. Em finais de semana de mobilização, esse número pode chegar a 400 aplicações, o que exige maior estrutura e mais pessoal para garantir agilidade e segurança no processo.

Além da diminuição no número de profissionais, servidores denunciam um ambiente de trabalho hostil. Conforme relatos, há ameaças de registro de faltas injustificadas, imposição de metas sem suporte adequado, pressão psicológica e episódios de humilhação contra os que atuam nos distritos. A situação, segundo eles, tem causado desmotivação generalizada nas equipes e prejudicado a continuidade das ações de imunização.

A crise gerada pela decisão da Semusa pode ter efeitos diretos na saúde pública, com o município de Porto Velho se tornando um vetor para o avanço do sarampo entre as crianças, principalmente nas regiões de maior vulnerabilidade. Servidores cobram que a gestão reveja a medida com urgência, reforçando as equipes e oferecendo condições adequadas para o trabalho em campo.

Os servidores desabafam ainda que mesmo sem apoio, com grandes limitações e perseguições, ainda correm risco e deixam suas famílias em casa nos fins de semanas, mas avisam que estão no limite.

Rondoniagora.com

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