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Prefeitura de Porto Velho dá calote e atendimentos psicológicos a servidores estão prestes a ser suspensos
Quarta-feira, 30 Julho de 2025 - 15:41 | Redação

A saúde mental dos servidores públicos de Porto Velho está por um fio. Todas as clínicas conveniadas ao IPAM (Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Município) e responsáveis pelos atendimentos odontológicos, psicológicos e psiquiátricos estão com os pagamentos atrasados há sete meses. Algumas já iniciaram a suspensão dos serviços, e o restante poderá interromper os atendimentos até o dia 15 de agosto, caso a Prefeitura não regularize a situação.
O caso é mais um reflexo do descompromisso da atual gestão municipal com os próprios servidores. Os valores referentes aos atendimentos são descontados diretamente dos contracheques dos funcionários da Prefeitura, mas, mesmo assim, não estão sendo repassados às clínicas conveniadas. Os trabalhadores pagam por um serviço que simplesmente deixa de ser prestado porque o Município não honra seus compromissos.
Os atendimentos psicológicos, realizados semanalmente, são considerados fundamentais por profissionais da área e pelos próprios pacientes — muitos deles servidores da educação municipal. Exaustos, adoecidos e sob forte pressão, relatam que a terapia é “o que os mantém de pé”. Muitos são pacientes com transtornos psiquiátricos, em tratamento contínuo, que não podem ser simplesmente interrompidos sem consequências sérias para sua saúde.
A situação, além de profundamente danosa à saúde dos servidores, compromete também o sustento dos profissionais que prestam esse atendimento — psicólogos, psiquiatras, dentistas — que estão há sete meses sem receber, mesmo continuando a trabalhar por compromisso ético com seus pacientes.
As clínicas já notificaram o IPAM e alertaram que, sem sinal de negociação até 15 de agosto, os atendimentos serão oficialmente suspensos. Pacientes estão sendo orientados a buscar diretamente o Instituto e exigir providências.
Infelizmente, o desrespeito com prestadores de serviços não é novidade na gestão do prefeito Léo Moraes. No início do ano, o prefeito apareceu nas redes sociais encenando um vídeo em que carregava caixas de medicamentos, prometendo tirar a saúde do caos. O fornecedor daquele material nunca recebeu o pagamento.
Com clínicas inteiras ameaçando parar por falta de repasse, a gestão de Léo Moraes deixa mais uma vez evidente sua incapacidade de gerir com responsabilidade o básico: saúde e bem-estar dos trabalhadores da administração pública.
Os servidores pagam. As clínicas trabalham. Mas a Prefeitura... não paga.
Quem sustenta esse desequilíbrio é o servidor municipal — adoecido, desassistido e cada vez mais abandonado por um governo que parece ter como prioridade apenas a própria propaganda.