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Quase 100 anos depois, Rondônia se une ao Amazonas, Acre e Bolívia para exportar borracha; Irã é o principal cliente

Quarta-feira, 12 Dezembro de 2018 - 12:18 | da Secom/RO


Quase 100 anos depois, Rondônia se une ao Amazonas, Acre e Bolívia para exportar borracha; Irã é o principal cliente

Quase um século depois do final do ciclo da borracha, a Amazônia terá chance de resgatar a exploração de seringueiras nativas e novamente exportar látex natural.

“Na próxima sexta-feira, a Mesa da Irmandade se reúne das 9h ao meio-dia, no Palácio Rio Madeira, em Porto Velho, para debater o potencial de oferta de cada interessado”, anunciou hoje (12) o secretário subchefe da Casa Civil do Governo de Rondônia, Hélder Risler de Oliveira.

Segundo ele, o Irã tem necessidade de borracha e manifestou disposição de adquirir 400 toneladas/mês. A reunião mobilizará representantes comerciais de Rondônia, Acre, sul do Amazonas, e das regiões do Beni e Pando, na Bolívia.

Com embargo dos Estados Unidos para adquirir látex artificial, o Irã optou pela compra do látex de seringais nativos. Há um mês, uma delegação daquele país visitou Rondônia, expondo a vontade de importar.

O Instituto de Economia Agrícola de São Paulo informa que em outubro, a cotação do quilo do látex coagulado era R$ 2,34.

“Sozinha, Rondônia não tem capacidade de formar o estoque exigido por iranianos, mas a Mesa da Irmandade formará parcerias com os vizinhos”, explicou Hélder Risler.

Ele acredita na possibilidade de haver novo boom no setor, a partir das primeiras exportações, pelo porto organizado de Porto Velho: “Ainda temos imensos seringais nativos aí, fazendo sombra, dando lucro ambiental, mas eles, os donos, não fazem uso econômico, quem sabe seja esse o novo ciclo da borracha na região”.

Um negócio puxa outro, analisa o subchefe da Casa Civil: “Na recente visita dos iranianos, a delegação empresarial manifestou interesse em adquirir 5 mil toneladas de carne bovina/mês a partir de fevereiro de 2019. Então, frigoríficos com certificação internacional para o abate animal poderão expandir mercados”.

Para Hélder Risler, a abertura de oportunidades de negócios com países estrangeiros ampliou-se nos últimos anos, desde as primeiras intervenções do então vice-governador Daniel Pereira, em sucessivas visitas a embaixadas e a países dispostos a comprar produtos rondonienses ou a investir no estado.

CICLO DA BORRACHA

O Ciclo da Borracha corresponde ao período da história brasileira em que a extração e comercialização de látex para produção da borracha foram atividades basilares da economia. De fato, ocorreram na região central da floresta amazônica, entre os anos de 1879 e 1912, revigorando-se por pouco tempo entre 1942 e 1945.

Nesse período, conhecido como Belle Époque Amazônica que vai de 1890 a 1920, cidades como Manaus, Porto Velho e Belém, tornaram-se as capitais brasileiras mais desenvolvidas, com eletricidade, sistema de água encanada e esgotos, museus e cinemas, construídos sob influência europeia.

Contudo, os dois períodos de ciclos da borracha acabaram de maneira repentina, o que se agravou pela falta de políticas públicas para desenvolvimento da região.

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