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Raniery Araujo, presidente da Fecomércio, acredita em melhorias para o setor em 2017

Quinta-feira, 22 Dezembro de 2016 - 17:10 | da Assessoria


Raniery Araujo, presidente da Fecomércio, acredita em melhorias para o setor em 2017

Em entrevista feita para o site institucional da entidade, ao fazer um balanço de final de ano, o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Rondônia (Fecomércio-RO), Raniery Araujo Coelho, mostra-se otimista. Ele afirmou que estamos chegando ao fim do ano com uma atividade econômica ainda sem retomar o crescimento, entretanto, com uma sinalização positiva de aquecimento.


“É visível que, desde de julho passado, o mercado começou a mostrar sinais de melhoria e a confiança dos empresários e consumidores vem aumentando, o que deve se refletir no futuro”, avaliou. Raniery foi enfático ao afirmar que “2017 será melhor do que 2016” e defendeu que as lideranças regionais, em especial as políticas e empresariais, têm uma tarefa improrrogável. “Temos que conseguir tornar realidade a Ferrovia da Soja, o trecho entre Porto Velho e Sapezal, no Mato Grosso, para escoar a grande quantidade de soja produzida no Norte do estado vizinho. É uma ferrovia viável e que desafoga a BR-364, nossa principal ligação com o restante do País”.

Eis a íntegra da entrevista:


S: Presidente Raniery como o senhor analisa o ano de 2016 para o País e para o setor comercial?
Raniery: Certamente 2016 foi um ano de muitos problemas, um ano muito travado, muito cercado de indefinições que se refletiram no mercado. Havia, no começo, uma perspectiva mais otimista, porém, depois dos primeiros meses, já se sabia que o nó político, que somente seria desatado com o impeachment de Dilma Rousseff, impedia qualquer perspectiva melhor. E, mesmo depois de superada esta etapa, toda reconstrução é muito mais difícil. Por tudo isto foi um ano muito emperrado. O endividamento alto, os juros altos, a concessão mais difícil de crédito, o desemprego elevado, as revelações da Operação Lava Jato, enfim, diversos fatores contribuíram para minar as perspectivas de crescimento. Grande parte destes obstáculos, porém, estão sendo superados, daí, meu otimismo: 2017 será melhor do que 2016. Não será um ano espetacular, entretanto, penso que será o início de nossa recuperação, a partida para a retomada do crescimento.


S: Mas, presidente os indicadores ainda não são muito favoráveis e há uma grande parcela da imprensa com uma visão mais pessimista e até mesmo de que estamos num atoleiro. O que diz disso?
Raniery:
A imprensa expressa opiniões, interesses muito diversos. E o governo, agora, tem que tomar medidas duras, logo, se abre espaço para as críticas fortes contra Temer e outros governantes que estão decididos a ter responsabilidade fiscal. Mas, veja, a concessão de crédito está sendo mais responsável, a inadimplência caiu muito. A crise, o desemprego levam as pessoas a agir com mais consciência. Um certo momento, com tantas opiniões negativas, cheguei mesmo a acreditar que, com o crescimento do desemprego, as coisas fossem ficar piores, mas, não foi isto o que aconteceu. As coisas estão melhorando, a inflação está caindo, os juros baixaram e devem baixar mais, o governo está tomando as medidas que deve tomar. É claro que são remédios, muitas vezes, amargos, mas, não há crescimento, não há melhoria se o governo não colocar suas contas em ordem. Rondônia é um exemplo. Nós sentimos menos a crise porque o governador Confúcio Moura agiu, e age, com responsabilidade fiscal, pensando no Estado, pensando no futuro. Agora mesmo está mandando para a Assembleia uma lei sobre a Previdência Estadual. É uma lei necessária para impedir problemas em 2019, quando nem será mais governador. Se fosse pensar na sua popularidade, em agradar, bastaria não fazer nada. Ele faz por ser um dirigente responsável. Quem dirige, quem está no leme, deve pensar no todo e tomar as medidas necessárias, mesmo se impopulares. Neste sentido, pode-se não gostar de Michel Temer, porém, ele está fazendo o dever de casa, fazendo o que deve ser feito.


S: O Brasil vai crescer em 2017? E Rondônia?
Raniery:
Os indicadores existentes mostram que deveremos crescer sim. Muito pouco ainda, pois, os especialistas preveem um crescimento do Produto Interno Bruto-PIB de apenas 1%, acelerando somente em 2018 quando foi estimado em 3%. A inflação também cairá mais e há quem preveja que vai chegar ao centro da meta em julho de 2017. Não sou economista nem vidente, no entanto, vejo que a confiança dos empresários vem se recuperando rapidamente. Sou de uma família de comerciantes. Profissionais da esperança que abrem todos os dias suas portas sem ter certeza de que vão vender ou não. E sobrevivemos. Sempre vendemos, mesmo na crise. Então, não posso deixar de ser otimista. Se o governo continuar adotando as medidas que vem adotando, como a de fazer um novo Refis, se simplificar a burocracia, sinalizar com a estabilidade e com algumas medidas que incentivem a produção e o consumo, não tenho dúvidas de que cresceremos mais do que o esperado. Em Rondônia, que é uma terra de pessoas de iniciativa, se em 2016 tivemos uma pequena redução de vendas, depois de muito tempo de crescimento, com certeza, podemos até ter um começo de ano ainda estável, mas, logo, logo iremos voltar a crescer não tanto quanto no passado, todavia, 4% a 5% do PIB não é descartável. Depende, em grande parte, do Brasil voltar a dar sinais de crescimento.


S: O que, no seu entender, é prioritário para o crescimento de Rondônia?
Raniery:
Nós, em 2013, fizemos em Brasília, com o senador Valdir Raupp, a deputada Marinha Raupp, o presidente da Federação do Comércio do Amazonas, José Roberto Tadros, o presidente da Federação do Acre Leandro Domingos Teixeira, uma reunião, em que compareceram os senadores Jorge Viana e Romero Jucá, para unir Amazonas, Acre e Rondônia em prol da construção do trecho ferroviário Sapezal – Porto Velho, com 950 quilômetros, que é fundamental para o escoamento de soja e para desafogar o trânsito da BR-364-Cuiabá/Porto Velho. Já estamos, praticamente em 2017 e, apesar de todos os esforços, mesmo com o trecho sendo considerado como o mais viável economicamente e prioritário, em virtude do transporte previsto de 10 milhões de toneladas de soja pela Hidrovia do Madeira, não se avançou na sua implantação. Já existe hoje um protocolo de intenções de investimentos da China com o Brasil para a construção da Transoceânica. No nosso entender estes investimentos devem começar por aqui, pela Ferrovia da Soja. Temos que conseguir tornar realidade a Ferrovia da Soja, o trecho entre Porto Velho e Sapezal, no Mato Grosso, para escoar a grande quantidade de soja produzida no Norte do estado vizinho. Este deve ser o principal objetivo de nossas lideranças políticas e empresariais. Até porque com o novo Terminal de soja da Amaggi o trânsito na BR-364 ficará mais perigoso e mortal. Implantar a Ferrovia da Soja deve ser a nossa maior prioridade em 2017. Assegurar que os investimentos chineses em ferrovia comecem por aqui deve ser a nossa maior meta.


S: E o que foi tratado em recente reunião com o governador Confúcio Moura?
Raniery:
Estivemos com os representantes da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (Fiero), Empresa Brasileira de Infra Estrutura Aeroportuário em Porto Velho (Infraero), Associação Brasileira de Táxi Aéreo (Abtaer) e Sindicato Nacional de Táxi Aéreo (Sneta), no dia 06 de dezembro próximo passado, com o governador Confúcio Moura quando tratamos aprovação do processo de alfandegamento do Aeroporto de Porto Velho, em termos de passageiros e de cargas, das dificuldades para operação de aeronaves no interior de Rondônia, que situa-se, em especial, na questão do tamanho das pistas, na falta de equipamentos para operações de pouso por instrumentos, falta de corpo de bombeiros e de sinalização, dos incentivos que poderiam ser advindos do Decreto nº 20.205, de 07 de outubro de 2015, que, na prática, não estão podendo ser utilizados em razão da saída da BR Aviation, braço da Petrobras da venda de combustíveis de avião, de vez que o fornecimento de combustíveis está sendo efetuado por revendedores nos aeroportos internos e da Regulamentação da Lei n° 13.097, regulamentação do Programa de Desenvolvimento da Avião Regional – PDAR, que trata do Plano Nacional de Logística, que visa melhorar a infraestrutura e a qualidade dos serviços aeroportuários, no qual a nossa região foi considerada prioritária e será a primeira a ter recursos liberados. Em suma, de medidas, relevantes para o setor da aviação, e essenciais para o desenvolvimento de nosso Estado, na medida em podem aumentar os voos para Rondônia e incrementar o turismo. O governador, apesar de mostrar que o estado se encontra fazendo o dever de casa, tomando medidas para deixar um estado viável, com uma visão realista, se comprometeu a fazer o que for possível para atender os pleitos que sabem não visam apenas o comércio e sim a melhoria da qualidade de vida da nossa população. Ficamos muito satisfeitos em saber que teremos todo o apoio indispensável para atingir essas metas. O governador demonstra claramente que sabe que são as classes produtivas e ao povo de Rondônia que cria o progresso. Este apoio nos enche de otimismo e abre as portas para um futuro muito melhor.

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