Rondônia, 14 de maio de 2024
Jornal Rondoniagora
Siga o Rondoniagora

Geral

Samu tem “herança maldita” de 21 ambulâncias fora de operação em Porto Velho

Quarta-feira, 10 Maio de 2017 - 17:01 | da Redação


Samu tem “herança maldita” de 21 ambulâncias fora de operação em Porto Velho

Como uma verdadeira “herança maldita” de administrações anteriores, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) conta atualmente com apenas três ambulâncias funcionando para atender a toda a população da capital rondoniense.

A precariedade é conseqüência da falta de procedimentos burocráticos quanto a 21 antigas ambulâncias enviadas pelo Ministério da Saúde (MS) ao Samu. Segundo a diretora da unidade, Marta Cavalcante, que assumiu em janeiro a função, as 21 ambulâncias estão fora de operação e não foi possível dar baixa no sistema do MS devido a várias irregularidades e pendências. “Além disso, seis ainda estavam no nome do Ministério da Saúde, e nem no pátio do Samu se encontram. Documentos atrasados e outras pendências são alguns dos problemas. Encontrei três delas no pátio do Patrimônio. Outras três nem foram localizadas, mas consegui descobrir as placas junto ao Detran, para fazermos a transferência de todas para o Município, além de regularizar a situação de documentação de todas, e assim podermos prestar contas e dar baixa dos veículos junto ao Ministério”, explica Marta.

Sem o processo justificado pela diretora, o Samu não tinha condições de solicitar novas ambulâncias para suprir o déficit de carros para o atendimento móvel de urgência. Para atender a cidade com eficiência, Marta revela que seriam necessárias sete ambulâncias, sendo uma avançada (com médico) e seis básicas (técnicos e enfermeiros).

A diretora adianta que, com o processo de licitação em andamento por parte da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), até agosto deste ano as condições devem ser diferentes. “Teremos sete ambulâncias para atender e uma para reserva. Até vamos colocando ordem nas pendências e fazendo o possível para atender às ocorrências”.

Somente de janeiro a março deste ano, foram registrados 1.641 atendimentos, sendo utilizada a ambulância avançada em 300 ocorrências. O atendimento do Samu corresponde a acidentes de trânsito, emergências clínicas, e transferências entre hospitalares do serviço público. “É importante deixar claro que podemos, sim, atender aos casos de remoção da residência até o pronto atendimento público, mas só o fazemos em casos de extrema urgência, já que nesse intervalo outros casos de acidentes, muitas vezes muito mais graves, estão esperando também pelo atendimento”, esclarece a diretora.

A equipe conta com 18 médicos, 41 técnicos, 23 condutores, oito enfermeiros, 20 atendentes no 192, todos trabalhando em regime de plantão, além de quatro servidores administrativos.

Trotes

A cada cinco ligações registradas pelo atendentes do Samu, três são trotes. Segundo informações dos atendentes. A maioria das ligações é feita de telefones públicos (orelhões), mas todos são registrados pelo sistema. “São informações de endereços inexistentes, de ocorrências inverídicas e ainda apenas por prazer de xingar a gente e dar risada quando atendemos”, conta uma das atendentes.

São estudantes, crianças e adolescentes que nos horários de pico (entrada e saída da escola) costumam praticar o trote. Mas há registros também de adultos adeptos à prática, em trotes no horário da noite e madrugada, ligando inclusive do próprio aparelho celular.

A Lei 3.862 de 19 de julho de 2016 (estadual), dispõe sobre a aplicação de multa para os praticantes de trote nos serviços de atendimentos essenciais como o 190 (Ciop), 192 (Samu), e 193 (Bombeiros). O valor da multa é de R$ 1.000, duplicando-se o valor em casos de reincidência. Os valores arrecadados devem ser destinados para o aprimoramento, ampliação, e modernização tecnológica das unidade operacionais.

Marta Cavalcante diz que, apesar dos registros, nenhuma multa foi aplicada até o presente. “Passei esses primeiros meses resolvendo a questão dos veículos e processos pendentes, que temos mais necessidade para o bom funcionamento da unidade. Mas em breve essa demanda será levada à Semusa, e vamos questionar a melhor maneira de fazer com que a lei seja realmente aplicada. Os trotes atrasam o nosso serviço e o atendimento a quem de fato precisa”, declara a diretora.

O que a diretora questiona é a forma como a lei determina o processo de aplicação da multa. O Artigo 3º diz que “Anotado o número do telefone de onde se originou o trote, será encaminhado relatório às empresas telefônicas para que as mesmas informem os nomes de seus proprietários”.

Em seguida no Parágrafo único diz que “As ligações originadas de telefones públicos serão anotadas em separado para futuro levantamento de incidência geográfica e posterior identificação pelos órgãos competentes”.

O Artigo 4º determina que “Identificados os proprietários das linhas telefônicas, na forma prevista no artigo anterior, serão enviados os respectivos relatórios aos órgãos competentes que, no seu mister constitucional adotará as medidas cabíveis, inclusive a lavratura de Auto de Infração”.

Samu tem “herança maldita” de 21 ambulâncias fora de operação em Porto Velho
Diretora Marta Cavalcante
Rondoniagora.com

SIGA-NOS NO Rondoniagora.com no Google News

Veja Também