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SEM FISCALIZAÇÃO, MEIO AMBIENTE É DESTRUÍDO NO VALE DO GUAPORÉ; PESCADORES PROFISSIONAIS ARRASTAM MILHARES DE PEIXES E ANIMAIS SÃO MORTOS

Segunda-feira, 11 Julho de 2011 - 17:15 | RONDONIAGORA


SEM FISCALIZAÇÃO, MEIO AMBIENTE É DESTRUÍDO NO VALE DO GUAPORÉ; PESCADORES PROFISSIONAIS ARRASTAM MILHARES DE PEIXES E ANIMAIS SÃO MORTOS

Moradores do distrito de Porto Rolim de Moura do Guaporé, localizado a 700 quilômetros de Porto Velho, às margens do Rio Guaporé, estão preocupados e chamando a atenção do governador Confúcio Moura (PMDB) para a depredação do meio ambiente, matança indiscriminada de animais protegidos por Lei Federal e a pesca predatória. Dos cerca de 1 mil habitantes, 80% vivem do turismo ecológico e da pesca esportiva. A entidade Ecologia dos Rios Mequéns e Guaporé (Ecomeg), criada há 8 anos, denuncia o sucateamento do batalhão da Polícia Ambiental e ação de pescadores profissionais que estão acabando com espécies nobres (pintados e tambaquis), comercializados em Pimenteiras, não deixando um centavo para a comunidade, espantando os turistas e promovendo matança indiscriminada de tartarugas com armadilhas e redes.



A Lei 2363, regulamentando a pesca no Vale do Guaporé, apesar do veto derrubado pelos deputados estaduais, não foi publicada ainda no Diário Oficial, permitindo que pescadores profissionais continuem atando redes e colocando espinheis para apanhar o pescado. O presidente da Ecomeg, Rony Edson da Silva, mostrou-se apreensivo porque a população ribeirinha não admite a depredação do meio ambiente e o fim do negócio do turismo como renda. “Estão jogando fora anos de consciência ambiental. Muita gente  investiu tudo que tinha no turismo ecológico e agora estão permitindo a depredação indiscriminada”, alertou o presidente da Ecomeg.

O clima em Rolim de Moura do Guaporé, distrito de Alta Floresta do Oeste, é de tensão. Moradores já avisaram que vão atear fogo nos barcos dos pescadores e cortar as redes estendidas na boca das baias para capturar os peixes.  A Polícia Ambiental pouco pode fazer para amenizar a situação. A única viatura disponível é um barco com motor 25 HP. O outro motor, 115 HP, está parado precisando de manutenção e virou morada de insetos. No próprio distrito, a Polícia Ambiental não tem alojamento e nem refeição. A Ecomeg disponibilizou um espaço em sua sede no portal de entrada de Porto Rolim para fiscalização.

Só promessas até agora

Segundo a Ecomeg, a secretária do Meio Ambiente, Nanci Maria Rodrigues da Silva, esteve no local e prometeu endurecer a fiscalização no Vale do Guaporé, mas  já se passaram meses e nada aconteceu. Pelo contrário, até os fiscais que atuavam na região de fronteira foram transferidos para outras localidades. “ A Sedam não existe aqui em Porto Rolim”, define o presidente Rony Edson. Ele diz que é necessário uma sub base da Sedam no distrito, um posto policial digno na vila, mais viaturas e contingente.

Flagrante

a Ecomeg flagrou dois barcos de pesca com dezenas de peixes nobres conservados no gelo prontos para comercialização. Os pescadores chegam a consertar suas redes de arrasto na vila, aumentando ainda mais a revolta dos moradores. Além das redes, eles usam espinhel (aparelho de pesca que consiste numa corda comprida ao longo da qual são fixadas linhas munidas de anzóis), zagaias (lança de arremesso), camorim (armadilhas para tartarugas) e malhadeiras. Numa das baias, a entidade também flagrou uma tartaruga de pelo menos 15 quilos morta  pelos pescadores.

Sedam apóia Batalhão Ambiental

A secretária de Meio Ambiente, Nanci Maria Rodrigues, contesta as informações do presidente da Ecomeg. Segundo ela, a Sedam está apoiando as ações do Batalhão Ambiental para combater a pesca predatória e depredação do meio ambiente. Ela lembra que o órgão está custeando a implantação quartel da corporação na vila de moradores. “Quando há uma denúncia o pessoal de Alta Floresta é chamado para efetuar a fiscalização”, disse a secretária, justificando a presença da Sedam em Porto Rolim.

Embora a secretária tenha explicado o contrário, pelo menos neste final de semana os pescadores profissionais abusaram do rio Guaporé, carregando milhares de peixes para comercialização em Pimenteiras.

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