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Veja questões: Rondoniagora e Escola Major Guapindaia na Preparação para o Enem

Quarta-feira, 02 Dezembro de 2020 - 15:41 | da Redação


Veja questões: Rondoniagora e Escola Major Guapindaia na Preparação para o Enem
Veja questões: Rondoniagora e Escola Major Guapindaia na Preparação para o Enem

Toda semana estaremos publicando uma disciplina com questões fundamentais para uma boa prova no ENEM, um pequeno resumo com questões desafios para sua preparação, as respostas virão em nossa próxima publicação. Para começarmos, temos atividades de LINGUAGENS, escolhidas e analisadas pelo professor do Major Guapindaia e do Pré Enem Municipal, Eulisson Nogueira.

A prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias reúne em seu cerne a busca pela interpretação, análise e uso da Língua materna. Neste caderno do exame o aluno se vê diante de disciplinas como: Português, Literatura e Educação Física, além de uma Língua Estrangeira Moderna. É fundamental saber ler o mundo o qual pertence, a sociedade e seus caminhos na atualidade, bem como a palavra, as regras e teorias da Língua Portuguesa Brasileira.

Veja questões: Rondoniagora e Escola Major Guapindaia na Preparação para o Enem

Neste primeiro bloco, escolhi questões de Gênero Textual e Funções da Linguagem, que são um dos assuntos mais cobrados na prova de Linguagens e Códigos. Os gêneros textuais são de fundamental importância para a uma leitura proficiente de um texto, uma vez que o leitor saberá os aspectos, características, exatos do texto que lê. Por sua vez, a função da linguagem ajuda o leitor, o falante, a entender de maneira global um discurso, desde a intenção do locutor à recepção do interlocutor. É uma habilidade presente em todas as áreas do Enem.

Questão 1)

Carta ao Tom 74

Rua Nascimento Silva, cento e sete
Você ensinando pra Elizete
As canções de canção do amor demais
Lembra que tempo feliz
Ah, que saudade,
Ipanema era só felicidade
Era como se o amor doesse em paz
Nossa famosa garota nem sabia
A que ponto a cidade turvaria
Esse Rio de amor que se perdeu
Mesmo a tristeza da gente era mais bela
E além disso se via da janela
Um cantinho de céu e o Redentor
É, meu amigo, só resta uma certeza,
É preciso acabar com essa tristeza
É preciso inventar de novo o amor

MORAES, V.; TOQUINHO. Bossa Nova, sua história, sua gente. São Paulo: Universal; Philips,1975 (fragmento).

O trecho da canção de Toquinho e Vinícius de Moraes apresenta marcas do gênero textual carta, possibilitando que o eu poético e o interlocutor

a) compartilhem uma visão realista sobre o amor em sintonia com o meio urbano.
b) troquem notícias em tom nostálgico sobre as mudanças ocorridas na cidade.
c) façam confidências, uma vez que não se encontram mais no Rio de Janeiro.
d) tratem pragmaticamente sobre os destinos do amor e da vida citadina.
e) aceitem as transformações ocorridas em pontos turísticos específicos.

Questão 2)

Não tem tradução

[...]
Lá no morro, se eu fizer uma falseta
A Risoleta desiste logo do francês e do inglês
A gíria que o nosso morro criou
Bem cedo a cidade aceitou e usou
[...]
Essa gente hoje em dia que tem mania de exibição
Não entende que o samba não tem tradução no idioma
francês
Tudo aquilo que o malandro pronuncia
Com voz macia é brasileiro, já passou de português
Amor lá no morro é amor pra chuchu
As rimas do samba não são I love you
E esse negócio de alô, alô boy e alô Johnny
Só pode ser conversa de telefone

ROSA, N. In: SOBRAL, João J. V. A tradução dos bambas. Revista Língua Portuguesa. Ano 4, n. 54. São Paulo: Segmento, abr. 2010 (fragmento).

As canções de Noel Rosa, compositor brasileiro de Vila Isabel, apesar de revelarem uma aguçada preocupação do artista com seu tempo e com as mudanças político-culturais no Brasil, no início dos anos 1920, ainda são modernas. Nesse fragmento do samba "Não tem tradução", por meio do recurso da metalinguagem, o poeta propõe

a) incorporar novos costumes de origem francesa e americana, juntamente com vocábulos estrangeiros.
b) respeitar e preservar o português padrão como forma de fortalecimento do idioma do Brasil.
c) valorizar a fala popular brasileira como patrimônio linguístico e forma legítima de identidade nacional.
d) mudar os valores sociais vigentes à época, com o advento do novo e quente ritmo da música popular brasileira.
e) ironizar a malandragem carioca, aculturada pela invasão de valores étnicos de sociedades mais desenvolvidas.

Questão 3)

O léxico e a cultura

Potencialmente, todas as línguas de todos os tempos podem candidatar-se a expressar qualquer conteúdo. A pesquisa linguística do século XX demonstrou que não há diferença qualitativa entre os idiomas do mundo — ou seja, não há idiomas gramaticalmente mais primitivos ou mais desenvolvidos. Entretanto, para que possa ser efetivamente utilizada, essa igualdade potencial precisa realizar-se na prática histórica do idioma, o que nem sempre acontece. Teoricamente, uma língua com pouca tradição escrita (como as línguas indígenas brasileiras) ou uma língua já extinta (como o latim ou o grego clássicos) podem ser empregadas para falar sobre qualquer assunto, como, digamos, física quântica ou biologia molecular. Na prática, contudo, não é possível, de uma hora para outra, expressar tais conteúdos em camaiurá ou latim, simplesmente porque não haveria vocabulário próprio para esses conteúdos. É perfeitamente possível desenvolver esse vocabulário específico, seja por meio de empréstimos de outras línguas, seja por meio da criação de novos termos na língua em questão, mas tal tarefa não se realizaria em pouco tempo nem com pouco esforço.

BEARZOTI FILHO, P. Miniaurélio: o dicionário da língua portuguesa. Manual do professor. Curitiba: Positivo, 2004 (fragmento).

Estudos contemporâneos mostram que cada língua possui sua própria complexidade e dinâmica de funcionamento. O texto ressalta essa dinâmica, na medida em que enfatiza

a) a inexistência de conteúdo comum a todas as línguas, pois o léxico contempla visão de mundo particular específica de uma cultura.
b) a existência de línguas limitadas por não permitirem ao falante nativo se comunicar perfeitamente a respeito de qualquer conteúdo.
c) a tendência a serem mais restritos o vocabulário e a gramática de línguas indígenas, se comparados com outras línguas de origem europeia.
d) a existência de diferenças vocabulares entre os idiomas, especificidades relacionadas à própria cultura dos falantes de uma comunidade.
e) a atribuição de maior importância sociocultural às línguas contemporâneas, pois permitem que sejam abordadas quaisquer temáticas, sem dificuldades.

Questão 4)

Uma das características mais interessantes das línguas humanas é sua variedade dialetal, efeito da variedade própria dos grupos que as falam. Basta conferir não só nas ruas, mas também na melhor literatura.

Para muitos, no entanto, a variedade aparece como se fosse grave defeito. Para tratar essa questão sem histeria, a melhor saída será a conjugação do fim dos preconceitos (o que não se consegue por decreto) com o conhecimento adequado dos fatores da variação.

Uma atitude seria necessária: usar o mesmo critério para avaliar o comportamento do povão e o dos bacanas.

POSSENTI, Sírio. Na ponta da língua. Disponível em: . Acesso em: 17 mar. 2015.

No texto, o autor apresenta sua opinião e lança mão de argumentos em defesa dela por meio de diferentes estratégias de argumentação. O trecho que apresenta argumento contrário à tese do autor, servindo de base para um contra-argumento encontra-se em

a) "efeito da variedade própria dos grupos que as falam".
b) "Para muitos, no entanto, a variedade aparece como se fosse grave defeito".
c) "Uma das características mais interessantes das línguas humanas é sua variedade dialetal".
d) "a melhor saída será a conjugação do fim dos preconceitos com o conhecimento adequado dos fatores da variação".
e) "Uma atitude seria necessária: usar o mesmo critério para avaliar o comportamento do povão e o dos bacanas".

Questão 5)

Dar-te-ei

Não te darei flores, não te darei, elas murcham, elas
[morrem
Não te darei presentes, não te darei, pois envelhecem
[e se desbotam
Não te darei bombons, não te darei, eles acabam, eles
[derretem
Não te darei festas, não te darei, elas terminam, elas
[choram, elas se vão
Dar-te-ei finalmente os beijos meus
Deixarei que esses lábios sejam meus, sejam teus
Esses embalam, esses secam, mas esses ficam.
[...]

JENECI, Marcelo. Dar-te-ei. Intérprete: Marcelo Jeneci. In: ______. Feito para acabar.
Rio de Janeiro: SOM LIVRE, 2010. 1 CD. Faixa 8.

Nesse texto, a função da linguagem predominante é

a) emotiva, porque o texto destina-se ao interlocutor.
b) referencial, pois o texto trata de problemas derivados do canal de comunicação.
c) metalinguística, porque o texto tenta explicar o significado do vocábulo bombons.
d) conativa, pois o texto está centrado na figura do interlocutor.
e) fática, porque o autor busca orientar o receptor sobre os presentes da vida.

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