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Quase 40% dos brasileiros planejam cancelar serviços de streaming em 2025

Terça-feira, 09 Setembro de 2025 - 08:50 | Redação


Quase 40% dos brasileiros planejam cancelar serviços de streaming em 2025

O mercado de streaming no Brasil vive um ponto de virada. Depois de uma década de expansão acelerada, a insatisfação com preços, fragmentação de conteúdo e mudanças de regras ameaça transformar o setor. Pesquisas recentes indicam que 39% dos brasileiros planejam cancelar pelo menos uma assinatura de streaming em 2025, segundo o Adyen Index – Digital Report 2024.

Esse dado não está isolado: a consultoria Hibou revelou que 64% dos consumidores já haviam cancelado algum serviço em 2024, e 14% desistiram de todos. A tendência de debandada é real, e traz à tona uma pergunta: o streaming ficou caro demais para o bolso brasileiro?

O peso no orçamento

Nos últimos anos, os reajustes chamaram atenção. Desde 2021, os preços das principais plataformas subiram 14% acima da inflação. Em 2024, assinar Netflix, Prime Video, Disney+, HBO Max e Globoplay simultaneamente custava cerca de R$ 170 por mês — mais que um pacote básico de TV a cabo, em torno de R$ 120.

Para uma classe média já pressionada pelo aumento de custos gerais, o streaming deixou de ser entretenimento acessível e passou a ser gasto de luxo. Segundo a pesquisa Hibou, 49% dos entrevistados cancelaram para economizar dinheiro.

Fragmentação e frustração

Se antes o streaming prometia conveniência, hoje o excesso de plataformas gera o efeito contrário. Conteúdos espalhados entre diferentes catálogos obrigam o consumidor a acumular assinaturas. Ainda assim, 53% dizem já ter ficado frustrados por não encontrar o que buscavam em nenhuma plataforma.

Especialistas afirmam que o mercado brasileiro chegou a um ponto de saturação: muitas opções, mas pouca percepção de valor. O modelo atual lembra a antiga TV a cabo, onde cada canal cobrava à parte.

Mudança de comportamento

Além do preço, 29% dos consumidores apontaram a falta de tempo para assistir como razão para cancelar. O hábito de maratonar séries vem sendo substituído por redes sociais, games e vídeos curtos. Para alguns, manter a assinatura virou desperdício.

Outros 16% criticaram a qualidade do catálogo e 20% reclamaram da escassez de lançamentos relevantes, reforçando a sensação de que as plataformas não entregam conteúdo que justifique o investimento.

A gota d’água: restrições e anúncios

Políticas recentes também desgastaram a relação com os assinantes. A Netflix, por exemplo, passou a cobrar taxa extra pelo compartilhamento de senha fora da mesma residência — prática comum no Brasil. Muitos usuários relataram que esse foi o estopim para o cancelamento.

Outro ponto polêmico é a introdução de anúncios em planos pagos. Pesquisa mostra que 68% dos brasileiros rejeitam publicidade em serviços pelos quais já pagam. A mudança no Disney+ e em outros aplicativos só aumentou a percepção de “pior custo-benefício”.

Como os brasileiros estão reagindo

Diante da insatisfação, os consumidores buscam alternativas:

  • Rodízio de assinaturas – pagar apenas no mês em que há lançamentos de interesse.
  • Compartilhamento de contas – ainda comum em plataformas que não restringem múltiplos acessos.
  • Planos promocionais e combos – como pacotes oferecidos por operadoras, bancos e programas de fidelidade.
  • Apps alternativos – soluções como o FreeCine e o Eppi Cinema vêm ganhando popularidade, reunindo em um só lugar vastos catálogos de filmes, séries e até animes. Com interfaces simples e atualizações frequentes, esses aplicativos se tornaram opções práticas para quem busca variedade de conteúdos sem complicação ou custos elevados.

O desafio do setor

O streaming no Brasil atravessa uma crise de confiança. O que nasceu como promessa de liberdade e custo baixo agora enfrenta desgaste semelhante ao da TV a cabo: muitos serviços, preços altos e consumidores cansados.

Para especialistas, o futuro do setor depende de reconquistar o público com modelos de preço mais acessíveis, catálogos mais amplos e experiência sem fricções. Caso contrário, a tendência é de mais cancelamentos e migração para alternativas gratuitas ou ilegais.

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