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Estiagem ainda deve durar até o final de agosto; chuvas serão apenas isoladas e pontuais

Quinta-feira, 14 Julho de 2016 - 22:44 | Da Redacao


Embora com condições de tempo seco e chuvas escassas em Porto Velho, o meteorologista do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), Luiz Alves, afirma que a estiagem é própria deste período. “Julho é o mesmo o mês que costuma ser o mais seco do ano, e ainda teremos todo o mês de agosto seguindo a mesma regra. Somente em setembro começam as chuvas mais significativas”, explica.

Mesmo com chuvas isoladas e pontuais, nem sempre o pluviômetro, equipamento que detecta a precipitação, consegue registrar a chuva caso não seja em sua área de alcance, mas ainda assim o radar meteorológico pode localizar os locais. “Além disso nós também observamos a cidade, ouvimos as pessoas comentarem onde a chuva caiu, e mesmo com pouca intensidade, não deixamos de ter o evento”, pondera Luiz Alves.

Mas não são as chuvas que caem na cidade que influenciam a queda no nível do Rio Madeira, que já está abaixo de 5 metros, e em alguns pontos chegando a 3 metros devido aos bancos de areia. Segundo a Chefe da Divisão de Proteção Ambiental do Sipam, Ástrea Jordão, são as precipitações que acontecem na Bolívia e no Peru, que definem o nível do Madeira.

“Além de estamos em um período de poucas chuvas nas cabeceiras, também tivemos a influência intensa do fenômeno El Niño, que de 2015 para 2016 gerou efeito de menos chuvas no início do ano, quando deveríamos ter registrado muito mais, e claro que isso faz reflete no baixa atual do rio”, justifica a especialista. Astrea enfatiza ainda que há alertas da NASA para o altos índices de calor, considerando que este ano as queimadas podem ter recordes na Amazônia.

Navegação proibida

Desde esta quarta-feira (13) a navegação noturna no Rio Madeira está proibida pela Delegacia Fluvial de Porto Velho. Com a justificativa de falta de notificação, os comandantes de embarcações de viagem no Porto do Cai N’água continuam navegando normalmente, sem deixar que o risco afete o negócio.

Segundo o comandante André Paixão, o barco que saia da capital portovelhense no final da tarde desta quinta-feira (14) com destino ao município de Manicoré, interior do Amazonas, faz uma viagem de ida e volta por semana, sem alterações. “É uma questão de prática e também a utilização do GPS que ajuda bastante”, conta. “Mas tem gente que passa a noite sem dormir com medo da viagem”, completou.

Mas com as águas mais baixas e os desvios dos bancos de areia, a viagem de ida que levava 24 horas, agora demora 27 horas. Já na volta, o tempo é ainda maior para chegar, pulando de 40 horas para 45 horas de viagem. O consumo do diesel para o motor também aumentou em dois galões, equivalendo a 400 litros a mais de combustível.

A maioria dos passageiros, moradores das regiões ribeirinhas, não apresentam temor “Eu não tenho medo, já estamos acostumados, e graças a Deus seu nadar muito bem se alguma coisa acontecer, mas com fé tudo dá certo”, garante dona Maria do Rosário Oliveira, moradora de Manicoré.

Seu Malaquias Nascimento estava pronto para sair em outra embarcação com destino ao distrito de Calama, e mesmo com 15 horas de navegação, o homem conta que uma vez por mês faz o percurso até a capital. “Não temos opção, só podemos vir por água, então é ter fé em Deus e embarcar”.

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