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Polícia

Fígado captado pela Central de Transplante de Rondônia é enviado para paciente em Fortaleza

Quarta-feira, 29 Junho de 2016 - 19:55 | Da Secom - Por Zacarias Pena Verde


Uma verdadeira força-tarefa foi montada nesta quarta-feira (29), em Porto Velho, para a captação de um fígado, dois rins e córneas de um doador. A cirurgia para retirada dos órgãos foi feita no centro cirúrgico do Hospital João Paulo II pela equipe do médico Alessandro Prudente, coordenador da Central de Transplantes de Rondônia.

A família do doador – um jovem de 32 anos diagnosticado com morte encefálica – autorizou a captação. De acordo com a Central de Transplantes, o fígado foi levado em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para Fortaleza. A expectativa é de que até o final da noite, o receptor já tenha recebido o órgão.

Os rins e as córneas, inicialmente serão destinados a pacientes que estão na lista de espera da Central de Transplantes. De acordo com Edcléia Gonçalves, coordenadora do programa de captação de órgãos do Hospital de Base Ary Pinheiro, em Porto Velho, as doações são fruto do trabalho de sensibilização das famílias para que autorizem a doação.

Em 2015, 29 famílias autorizaram a doação de córneas. Ela explica que todas as pessoas que falecem podem doar as córneas, exceto em casos de infecções graves, pois não precisam estar em morte encefálica, podem doar após a parada cardíaca. “Isso aumenta nosso potencial de doação, no entanto, ainda há muitas famílias que resistem em doar. Muitos dos transplantes feitos ano passado os órgãos vieram de pacientes de fora de Rondônia”, afirma.

O setor de estatísticas da Central de Transplantes de Rondônia aponta que, de abril de 2014 a janeiro deste ano, foram realizados 120 transplantes de córneas em pacientes de todo o Estado. Deste total, 58 foram realizadas em 2015. Receberam os órgãos pacientes de Porto Velho, Vilhena, Cacoal, Ji-Paraná, Jaru, Rolim de Moura, Machadinho do Oeste, Ariquemes, Guajará-Mirim, Nova Mamoré e Ouro Preto do Oeste. Entram na lista, também, pessoas dos estados do Mato Grosso, Acre e Amazonas.

A Central de Transplantes de Rondônia recebeu córneas dos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Pernambuco, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Ceará e Paraíba. Todas essas córneas são distribuídas nacionalmente pela Central Nacional de Transplantes via Sistema Informatizado da Lista Única, gerida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A inclusão de Rondônia na lista nacional confirma a credibilidade junto ao governo federal, destaca Edcléia.

Os números poderiam ser ainda maiores. Dados apontam que as recusas familiares ultrapassaram 80%, isso quer dizer que a cada 10 famílias entrevistadas, oito recusam doar órgãos de seus entes.

Edcléia afirma ser muito importante a divulgação de pessoas que receberam órgãos. Isso, segundo ela, vai sensibilizar as famílias para a importância de doar. “São vidas salvas com um gesto humano de doar. Ver um transplantado obtendo uma segunda chance, gratifica toda a família”, assegura.

No total, já foram realizadas 22 captações, num total de 44 rins e dois fígados. Todo o trabalho realizado pela Central de Transplante tem a gerência do médico Alessandro Prudente, pioneiro na área em Rondônia, além da tutela da Santa Casa de Porto Alegre (RS), segundo maior centro de referência do Brasil em transplantes.

Segundo Prudente, o credenciamento do HB pelo Ministério da Saúde (MS), que ocorreu em dezembro de 2013, dá aos profissionais o suporte para que a cirurgia seja realizada em Porto Velho, dentro dos mesmos padrões dos grandes centros. Antes, explica Prudente, o hospital fazia apenas a captação de órgãos, preparava pacientes e fazia encaminhamento para São Paulo ou Rio Branco, no Acre. Agora, com o reconhecimento do MS, todo procedimento passou a ser feito na Capital.

Dezenas de pessoas já foram beneficiadas com doações de rins em Porto Velho, através da Central de Transplantes mantida pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesau). O avanço é fruto de um trabalho pioneiro que iniciou em 2011 com a implantação da Organização para Procura de Órgão (OPO). Este trabalho é desenvolvido dentro do Hospital de Base, em Porto Velho.

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