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Polícia

Moradores do Orgulho do Madeira reclamam de abandono do poder público

Sábado, 09 Julho de 2016 - 13:54 | Da Redacao


Uma promessa e uma realidade. Duas condições diferentes. Assim vivem hoje as famílias que já ocupam as casas e apartamentos do complexo residencial popular Orgulho do Madeira. Apesar da moradia melhor e fora de áreas de risco, os moradores reclamam das condições de abandono em vários fatores.

A primeira reclamação é o não cumprimento por parte do poder público em instalar no condomínio um posto policial para facilitar o acesso dos moradores e ainda inibir os constantes atos de violência, furtos e roubos que apavoram os moradores.

“Eu tenho só dois meses aqui, e já fui roubada. Chegaram dois caras em uma moto, apontaram a arma pra mim e fizeram eu entregar meu celular e R$ 400 que eu tinha na bolsa, e ainda ameaçaram de atirar nos pés das crianças se eu não entregasse”, conta a dona de casa Terezinha Pereira da Silva. A mulher era moradora do Bairro Nacional e foi atingida pela enchente de 2014.

Segundo o idoso Olivardo Quadro, 63 anos, nenhuma reunião foi realizada com os moradores depois da mudança, há três meses. A iluminação do condomínio deixa a desejar para a maioria, e o patrulhamento da Polícia Militar a partir das 22 horas não dá conta de inibir a ação dos marginais.

“Eles prometeram tanta coisa. Disseram que teríamos a presença em tempo integral da PM, mas mal temos iluminação nas ruas. Prometeram aparelhos de exercícios para os idosos e uma praça, mas até agora ficou só na promessa mesmo”, desabafou o idoso. Outra reclamação é a falta de um posto de saúde próximo e de uma creche para as crianças menores do complexo.

Rosiane Botelho, vigilante, mora com o esposo e duas filhas, e também reclama da falta de iluminação. “Disseram que teríamos o Box da PM e ainda câmeras de monitoramento, mas essa parte ficou esquecida”. Segundo os moradores, é comum o uso de entorpecentes entre jovens em plena via pública. “Dá seis e meia da tarde e a gente já tem que se ‘entocar’, são eles comandam aqui. O pior são as crianças pequenas que passam o dia perambulando pela rua, é um perigo”, disse a moradora que não quis se identificar por medo de represália.

Outro problema é a demora do transporte público. “Demora mais de uma hora para conseguirmos pegar um ônibus aqui. Não dá pra manter as crianças nas escolas antigas que são longe agora, já que estudavam nos nossos bairros de origem. Minha filha está há dois meses sem escola por falta de vagas nas escolas aqui da região, e mesmo assim nem tão perto assim elas são”, revela Terezinha Pereira.

Angélica Bispo, dona de casa, mudou-se para o complexo na manhã desta sexta-feira (8), mas antes morava no Bairro São Sebastião. “Estou pensando como vou fazer com meus filhos, e um já até chorou por causa da possibilidade de ficar sem escola, justo agora que ele já está terminando o nível fundamental. Agora eles estão de recesso, mas não sei como vou fazer para conseguir vaga para eles na Zona Leste. Se tivesse ao menos ônibus escolares que facilitassem a vida dos alunos já seria muito bom”.

As reclamações são baseadas nas promessas dos governos estadual e municipal em dar às famílias do Orgulho do Madeira, complexo com mais 4 mil moradias populares, condições dignas de vida. Segurança, iluminação, acesso à educação e saúde são os principais reivindicações da maioria das famílias, que já foram tão sofridas com a perda de suas casas e bens com a enchente do Rio Madeira em 2014.

A equipe de reportagem do RONDONIAGORA não conseguiu encontrar nenhum síndico para prestar esclarecimentos sobre reuniões com as administradoras do condomínio.

Rondoniagora.com

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