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Navegação noturna no Madeira está proibida pela Marinha; usinas não vão parar turbinas

Quarta-feira, 13 Julho de 2016 - 16:42 | Ivanete Damasceno/Rondoniagora


A navegação noturna no Rio Madeira está proibida a partir desta quarta-feira (13), segundo a Delegacia Fluvial de Porto Velho. O motivo é o baixo nível do rio, que na terça-feira chegou a cota de 4,59 metros. Por conta disso, já é possível ver bancos de areia e as embarcações correm o risco de encalhar. Diferente dos últimos anos, a vazante do Madeira está em níveis vistos normalmente em meados de agosto ou até  mesmo setembro. O estado já é de alerta.

“Já havíamos recomendado para que as embarcações evitassem a navegação noturna. Agora está proibida, porque há trechos em que o rio já está chegou a três metros. E durante o dia, é mais fácil navegar porque ainda é possível visualizar. Os bancos de areia costumam mudar de local, e com isso, eles podem aparecer aqui durante o dia, e a noite já ter mudado de local”, explica Carlos Félix, delegado fluvial de Porto Velho, que ressalta que a viagem noturna esconde ainda perigos como pedras e enganam os navegadores sobre a profundidade da rio.

O delegado conta que viajou pelo rio até Humaitá, região Sul do Amazonas, para verificar as condições do rio, inclusive durante a noite. Para ele, a situação não é animadora. “Nós verificamos pontos bem críticos já, e com essa falta de chuvas, vamos pode ser que a situação piore. É algo atípico”.

Desabastecimento

Com a baixa, a população da capital rondoniense começa a ficar preocupada com a possibilidade de desabastecimento, o que é, até agora, descartado pelo delegado. Segundo ele, as embarcações possuem equipamentos necessários para monitorar os locais mais baixos do rio. “Elas já são acostumadas e por isso, reduzem as cargas, os comboios, para não correr o risco de ficar encalhadas. A tecnologia é aliada das empresas que se preparam para manter o abastecimento de Porto Velho. “O maior risco são os locais em que a embarcação precisa fazer o que chamamos de travessia. Que é quando ela não pode seguir na mesma margem, senão encalha aí precisa atravessar para a outra margem e continuar a viagem. Se isso for feito a noite ou se o comboio estiver muito pesado, pode haver riscos”, afirma o delegado fluvial.

Usinas

As usinas hidrelétricas (UHE) Santo Antônio e Jirau, construídas no Rio Madeira, não devem ser afetadas com a vazante, mesmo que seja acima da média. Por email, a Santo Antônia informou que “possui operação em um sistema chamado ‘fio d’água’, por isso está  adaptada  ao regime de vazões do Rio Madeira, seja em períodos de cheia ou seca. Esta operação prevê que toda água que chega à hidrelétrica continue seu curso naturalmente no rio, não havendo armazenamento de água. A condição de variação de vazão durante o ano do rio Madeira, já está prevista no programa anual de geração da usina”.

Da mesma forma, a Energia Sustentável do Brasil (ESB), também por email, informou que a “Usina Hidrelétrica Jirau foi projetada para operar suas turbinas de acordo com um planejamento científico que considera todas as vazões já observadas e previstas do Rio Madeira”.

Passeios turísticos

Os passeios turísticos realizados por embarcações e com maior volume aos fins de semana já estão orientados a observarem bem o curso e os riscos que o rio oferece com essa vazante, afirma o delegado fluvial, assim como todas as embarcações. “O risco agora é somente noturno. Essas embarcações trabalham durante o dia”, finaliza.

Rondoniagora.com

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