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Povo continua sofrendo em UPAs da capital

Segunda-feira, 04 Abril de 2016 - 22:04 | Da Redacao


Apesar da posse de 10 novos médicos para somar ao quadro de servidores da Saúde de Porto Velho no último dia 30, e para amenizar o problema das unidades com a falta de profissionais, pouca coisa mudou nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) das Zonas Leste e Sul. Na tarde desta segunda-feira, Raimundo Lamarão, diretor da UPA Leste afirmou que apenas um médico foi encaminhado para o local.

Pacientes ficam na fila de espera durante horas. Odair Menezes e a esposa, Geane Andreza, aguardavam o atendimento para o filho de 1 ano de idade, que já havia sido diagnosticado há dias com início de pneumonia. “Ele está com febre e muito cansadinho, o nosso medo é que tenha piorado, mas o jeito é esperar”. Apenas três médicos atendiam nos consultórios e um na sala de emergência durante o turno, e a média de pacientes por dia na UPA Leste chega a ultrapassar 500 pessoas.

Com febre e dor no corpo, Manoel de Jesus também já aguardava por atendimento há duas horas e meia. A recepção da unidade estava superlotada, e nem sequer cadeiras suficientes havia para os pacientes. Em pé e com muita dor, Elizângela da Silva pedia ajuda. “Eu só quero ser atendida, não agüento mais nem falar”. Mesmo com a pulseira amarela, que identificava a paciente pelo risco de vida, a espera já se prolongava por horas.

O diretor da unidade explica que para fechar a escala dos três turnos de atendimento são necessários 22 médicos, mas contando com novo médico encaminhado na última semana pela Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), somente dois profissionais estão lotados na unidade.

A UPA da Zona Sul teve prioridade com a quantidade de médicos, sendo destinados 5 profissionais para o atendimento, que tem uma demanda de até 650 pacientes por dia. Gilmar Marinho, diretor da unidade, disse que os novos médicos já foram inseridos na escala desde o final de semana, mas afirmou que o maior problema é o alto índice de pacientes da faixa azul, que deveriam procurar agendar consulta e atendimento nos postos de saúde.

“Aqui a gente vê todo tipo de coisas. Gente que procura a UPA para resolver problema de caspa, frieira, e isso não é urgência, muito menos emergência, mas eles ficam na recepção, superlotam a unidade, o que causa ainda mais demora no atendimento”, explicou.

Dona Zilda Fernandes aguardava o atendimento do filho de 8 anos de idade, que sentia febre e dor de cabeça. “Eu mediquei meu filho em casa, mas o remédio causou alergia e piorou a situação. Já estou esperando há mais de duas horas, e se meu filho tiver algum problema mais grave, quem vai se responsabilizar?”, questionou a mulher, que reclamava ainda da falta de limpeza da unidade. “Alguém vomitou aqui na recepção e até agora não apareceu uma funcionária sequer para limpar”.

Os pacientes reclamam, além da demora, da falta de atenção de funcionários aos casos mais graves, do sistema de cadastramento lento, e da falta de cadeiras para a demanda. O diretor garantiu que durante a tarde havia quatro médicos atendendo, sendo um na sala de emergência, mas ao sair da unidade, o RONDONIAGORA foi informado por uma servidora que não quis se identificar, que apenas um médico estava atendendo no consultório.

Segundo a Prefeitura, a última convocação da Semusa para aprovados em concurso, foi feita em março chamando 61 médicos para suprir a necessidade, mas apenas 16 profissionais se apresentaram com a devida documentação para posse.

Rondoniagora.com

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