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Reajuste do feijão chega a 50% em Porto Velho; consumidores buscam alternativas
Terça-feira, 14 Junho de 2016 - 18:22 | Da Redacao
A inflação sobre itens da cesta básica tem deixado o rondoniense muito preocupado. Somente em maio, o feijão, vilão do momento, teve uma elevação de cerca de 10%, segundo pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Porém, já no início do mês de junho, o aumento já é maior e tem assustado os consumidores. Nas prateleiras de supermercados e até de pequenos comércios, o preço varia de R$ 9 até quase R$ 14. Para não deixar faltar o alimento da mesa, o jeito é variar o cardápio e aderir a outras opções do mesmo produto.
Reginaldo Prado, dono de um supermercado na Zona Norte de Porto Velho, diz que por ter adquirido um estoque com preços menores, ainda não houve a necessidade de elevar tanto o produto, mas já começa notar que os consumidores estão buscando alternativas para continuar comprando o feijão. “Houve um aumento, mas ainda não comprei com o preço atual, onde o preço de custo está saindo em média a R$ 11. Estou tentando segurar o preço, mas logo serei obrigado a aumentar. Mas, já percebo que as pessoas estão comprando mais feijão de praia. É uma opção que temos”, diz o comerciante.
Essa troca foi feita pela comerciante Jucele de Arruda. “Não podia deixar faltar em casa, e como ainda conseguimos comprar o feijão de praia mais em conta é o que estou fazendo”, diz. Já a enfermeira Fátima Araújo faz pesquisa para comprar o tipo carioca. “Na minha casa somos apenas em três pessoas, então ainda tem como manter, mas acredito que onde tenha mais, já está muito difícil”, analisa.
Gerente de um supermercado, Cledson Gaspar conta que tem feito manobras para garantir o menor preço para o consumidor. “O preço já está elevado pra gente e as pessoas começas a migrar também para o feijão preto. Enquanto tiver essa crise vai ser assim”, acredita.
A crise fez com que Lisandra da Silva Farias, auxiliar de vendas, retirasse o produto da mesa. “Ainda tenho um pouco em casa, mas na hora que acabar, não vai ter feijão. Será arroz, farofa, porque nesse preço não há condições mesmo”, lamenta. Já o funcionário público e economista Assis Medeiros fez a substituição por lentilhas, grão de bico e outros alimentos que tenham as mesmas fontes do feijão. “O aumento foi muito rápido e nos pegou de surpresa. Agora, resta fazer pesquisa e procurar por produtos equivalentes e mais baratos”, diz.
Débora Companhoni, economista do Dieese, diz a elevação do preço foi ocasionada pelo período entressafra e alterações climáticas. “O estoque de feijão é regulado, mas houve um estiagem, principalmente na região central do estado, isso gerou a escassez do produto e consequentemente a elevação do preço. Nessa nova pesquisa que o Dieese está fazendo, e que deve ser liberado no início de julho, já notamos um aumento de cerca de 50% no produto”, afirma a economista.
A recomendação dos especialista é pesquisa de preços e também trocar o feijão tipo carioca por outros, como o de praia e até o feijão preto.