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Política

Acir: sobra peixe em Rondônia, mas falta estrutura para comercialização

Sábado, 30 Novembro de 2013 - 09:49 | Senado


Sobra peixe em Rondônia e falta condições de colocar este peixe nos mercados consumidores de todo o Brasil e do mundo. Em dois anos, o Estado deu um salto na produção de pescado de 15 mil para 50 mil toneladas/ano, mas não teve o mesmo desempenho na criação de estrutura para beneficiamento e comercialização do produto.



Diante deste cenário, os pescadores e piscicultores que participaram da audiência da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal, em Pimenta Bueno, cobraram do governo do Estado e do Governo Federal ações efetivas para organização do setor e a para a criação de estruturas necessárias para a industrialização e comercialização do pescado. Eles querem entrepostos para a distribuição do pescado, pequenos e médios frigoríficos, terminais pesqueiros, fábricas de gelo, caminhões frigoríficos e estradas em boas condições para o escoamento da produção.

A audiência pública foi moderada pelo senador Acir Gurgacz, vice-presidente da Comissão de Agricultura, que destacou a importância da organização do setor para que estas estruturas sejam criadas. “É muito bom ver pescadores e piscicultores de Rondônia crescendo e se organizando, pois enfrentamos alguns problemas de infraestrutura e logística que precisamos resolver logo para não perder mercados consumidores emergentes que estão ao nosso lado, como Manaus e Cuiabá, além de criarmos condições para distribuir o pescado para todo o Brasil, além da exportação”, frisou Acir.

O senador sugeriu uma ação coordenada entre os Ministérios da Pesca e Aquicultura, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e o governo do Estado para a criação dessas estruturas de beneficiamento e comercialização no município de Pimenta Bueno já no próximo ano. “Vamos realizar um projeto piloto aqui em Pimenta Bueno instalando toda a estrutura necessário para um pólo produtor de peixe e depois vamos replicar esse modelo para todas as regiões produtoras do Estado”, salientou Acir. Esta proposta será discutida e implementada por uma câmara técnica reunindo profissionais de diversos setores. A primeira reunião para definir o projeto de compra dos equipamentos está marcada para o dia 16 de dezembro.

Os produtores também reclamaram da cobrança de uma taxa do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA) que começou a ser feita pelo órgão neste ano e das dificuldades e demora para o licenciamento ambiental de suas propriedades e tanques de criação. De acordo com dados apresentados pela Superintendência da Pesca e Aquicultura em Rondônia, dos 2.819 processos cadastrados para licenciamento, 1.415 estão com licença de operação vigente. Segundo a superintendente da Pesca no Estado,

Solange Chagas Castro, o órgão está trabalhando em parceria com as prefeituras, com a Emater e com o Ibama para acelerar o processo de licenciamento, etapa fundamental para o acesso à credito. O superintendente da Confederação Nacional dos Pescadores e Aquicultores, Orlando Lobato, disse que o setor precisa traçar estratégias para aproveitar o Plano Safra da Pesca e Aquicultura, que vai disponibilizar R$ 4,1 bilhões para custeio da produção, compra de equipamentos e para a instalação de pequenas agroindústrias em Rondônia.

O presidente da Federação da Pesca e Aquicultura em Rondônia, Hélio Braga de Freitas, no entanto, disse que até agora as agências de fomentos e instituições financeiras liberaram apenas 20% deste valor. “O principal entrave está nos bancos, que liberam apenas R$ 2,5 mil para pescadores e exigem comprovante de venda futura da produção. “Nossa principal dificuldade hoje é acessar o mercado consumidor, por conta da falta de infraestrura e essa deficiência está criando um outro problema, que é a dificuldade de acesso ao crédito”, observou Freitas.

O produtor Pedro Megume Yokoyama, pioneiro da piscicultura em Rondônia, que há 32 anos começou a criar tambaqui, pirarucu e tucunaré em Pimenta Bueno, conta que na época havia fartura de peixes nos rios de Rondônia e sua iniciativa foi vista como loucura. Hoje Pedro é visto como visionário pois vislumbrou a possibilidade de escassez por conta da pesca predatória e investiu num negócio que pouca gente acreditava e que ajudou Rondônia a se transformar no maior produtor de pescado de águas interiores do Brasil. "Temos capacidade de avançar muito ainda, mas estamos parados por falta de infraestrutura, de organização, de entreposto para distribuição, de fábrica de gelo e de indústrias", constata. "Esta audiência em Pimenta Bueno foi importante ampliarmos a discussão em torno de ações integradas e para a criação de infraestrutua para o setor", salienta Yokoyama
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