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Política

Câmara rejeita cassação de prefeito do Cacoal

Quinta-feira, 17 Setembro de 2015 - 11:16 | Daniel Paixão


Câmara rejeita cassação de prefeito do Cacoal
O prefeito de Cacoal, Francesco Vialetto (PT), escapou de ter o mandato cassado na noite desta quarta-feira na Câmara Municipal. Foram 8 votos contrários contra 4. A sessão foi presidida pelo vereador Paty Paulista, que esteve preso até recentemente.


Os vereadores favoráveis a cassação somaram apenas quatro votos: Rafael Evangelista (DEM), Claudemar Littig “Mão” (PDT), Celso Adame (PDT) e Adailton Antunes “Fúria” (PRB).
Padre Franco teria sido cassado se 4 dos vereadores que faziam oposição no início do mandato tivessem mantido a mesma coerência. Cesar Condack (PSDC), Donizete da Sucam (PTB), Paty Paulista (PTB) e Valdomiro Corá (PV). Todos eram ferrenhos opositores ao prefeito. Apenas três vereadores da antiga base aliada votaram pela absolvição: Toninho da Emater (PTN), Mário “JabᔠMoreira (PRP) e Valter Pires (PT), mas com os votos da oposição, ele permanece no cargo.
Os vereadores favoráveis a cassação somaram apenas quatro votos: Rafael Evangelista (DEM), Claudemar Littig “Mão” (PDT), Celso Adame (PDT) e Adailton Antunes “Fúria” (PRB).

Com o plenário lotado quase que exclusivamente por servidores portariados da prefeitura e muito barulho dos poucos manifestantes que puderam entrar no recinto. A sessão teve início às 18h30min. Depois de uma exaustiva leitura do relatório final, que mostrava principalmente a ex-chefe de Gabinete Maria Ivani Araújo em que ela demonstrava que o prefeito estaria a par de tudo o que acontecia e chegava a incriminar outros membros do alto escalão como envolvidos em um suposto esquema de corrupção, abriu-se espaço para os vereadores defenderem suas posições. Embora o prefeito tenha escapado da cassação, apenas Jabá Moreira dispôs-se a defende-lo. Os demais que votaram pela absolvição, preferiram silenciar-se.

A favor da cassação, os vereadores Adailton Fúria, Celso Adame e Rafael Evangelista destacaram os problemas enfrentados pelo Município, em decorrência da corrupção, e observaram que a omissão do prefeito em punir os denunciados está levando a população a sofrer com deficiências na saúde, na infraestrutura urbana e viária, falta de iluminação, buracos nas ruas, etc. Dos três, o menos duro com o prefeito foi Celso Adame, do PDT, que fez questão de enfatizar que fez parte da atual administração, como secretário, mas que também não poderia deixar de reconhecer que a omissão do prefeito é que estava levando-o a enfrentar esse julgamento político. Celso garantiu que não foi atrás de problemas do cotidiano para investigar o prefeito, mas se ateve ao processo que o MP e a Polícia deflagraram em maio deste ano, que resultou na prisão de vários agentes públicos do Município.
Em contraste aos três vereadores pró-cassação, Jabá Moreira, que deixou a secretária de obras no fim da semana passada exclusivamente para votar, falou sobre as conquistas do Município nos últimos anos, mas teve muitas dificuldades para concluir seu discurso. Ao fundo do plenário, pessoas mais exaltadas o interrompiam o tempo todo. Um dos presentes, inclusive, foi convidado pela Polícia a se retirar, depois que o vereadpr o acusou de tê-lo ofendido com palavras de baixo calão. Jabá Moreira também usou parte do discurso para atacar a vereadora Maria Simões (PT), que embora seja do mesmo partido do prefeito, tem sido uma de suas mais ferrenhas opositoras. Ontem a petista não votou por que foi dela o pedido para a cassação do prefeito e o regimento da Câmara a impedia de votar.

Depois que os vereadores discursaram, foi a vez do advogado do prefeito, Sidnei Sotele, falar e embora tivesse duas horas, preferiu não fazer uso integral do tempo. Em seu discurso, falou do trabalho do atual prefeito enquanto Padre e de sua vida dedicada aos mais pobres, abdicando de qualquer riqueza e vivendo piamente. Também fez questão de comparar o calvário vivido pelo prefeito atualmente com a história da crucificação de Jesus Cristo quando o povo, insuflado por sacerdotes e gente de fina estirpe de Jerusalém (dominada por força de ocupação romana), pedia sua condenação ao mesmo tempo em que preferia que o governador Pôncio Pilatos soltasse ao ladrão Barrabás.

A comparação do advogado não agradou os manifestantes presentes, que haviam estado em silêncio até então e do fundo do recinto alguém gritou que Jesus nunca foi corrupto. O advogado encerrou sua retórica pedindo aos vereadores que não condenassem ao prefeito, pois o mandato lhe foi concedido pelo povo e que, na hipótese de ele ser condenado, não iria recorrer da sentença. Enfatizou, contudo, que nenhuma das acusações atribuídas ao prefeito eram procedentes, alegando se o fossem, os promotores e os delegados que investigam não teriam dito que nada liga, concretamente, o prefeito aos réus constantes do processo denominado Operação Detalhe.

Após o encerramento da defesa, passou-se a leitura da peça acusatória e os vereadores foram conclamados a votar, por ordem alfabética. Os três quesitos propostos, como base para cassar o prefeito, foram rejeitados por 8x4 e o prefeito foi absolvido. O fato foi muito comemorado pelos servidores da prefeitura presentes.

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