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Política

O saco de lixo europeu de Léo Moraes e a paciência esgotada de Porto Velho

Quinta-feira, 06 Novembro de 2025 - 09:02 | Por Ivonete Gomes


O saco de lixo europeu de Léo Moraes e a paciência esgotada de Porto Velho

O vídeo mais recente do prefeito Léo Moraes é uma metáfora perfeita da sua gestão: gravado a milhares de quilômetros de Porto Velho, em algum ponto da Europa, ele aparece com um saco plástico nas mãos, tentando convencer a população de que enfrenta de perto o problema do lixo que hoje domina as ruas da capital.

Mas o cenário o trai. Dentro do saco, garrafas estrangeiras, copos de plástico importados e até uma garrafa de água Dom Perrier, um retrato involuntário do distanciamento entre o prefeito e a realidade que tenta representar.

Enquanto a cidade se afoga em sacos rasgados e resíduos acumulados, Léo faz vídeos. E, como de costume, não assume a autoria dos desastres administrativos que coleciona.

No roteiro habitual, ele culpa a gestão anterior, recita o enredo da “herança maldita” e encerra o capítulo com pose de vítima, uma estratégia que, de tanto repetida, perdeu o efeito.
A população, cansada do papel secundário, reagiu.

“Senhor prefeito, que herança é essa? Antes dessa empresa, o lixo não tomava conta das ruas”, escreveu Dorian Jenkins.

O saco de lixo europeu de Léo Moraes e a paciência esgotada de Porto Velho

“O barato saiu caro”, resumiram Thi Maciel e Gabriel Bezerra, em coro com Nadia Nunes, que lembrou: “A Marquise fazia a coleta todos os dias, com horário certo. Desde a troca, não há sequer previsibilidade”.

O saco de lixo europeu de Léo Moraes e a paciência esgotada de Porto Velho

O rompimento do contrato com a Marquise EcoRondônia, que prestava serviço regular e tinha projetos de expansão, foi uma decisão pessoal de Léo, travestida de economia.

O prefeito removeu o critério técnico da licitação, manteve apenas o menor preço e abriu espaço para a Eco PVH, empresa já citada em investigações em outros estados.

O resultado é o que se vê (e se sente) nas ruas: lixo, mau cheiro e descrédito.

Há algo de profundamente simbólico no fato de o prefeito falar de lixo enquanto está ausente da cidade.

Porque o problema, ao fim, não é o lixo, é a ausência.

Ausência de planejamento, de responsabilidade e, sobretudo, de humildade para reconhecer erros.

Porto Velho não precisa de um prefeito que junte lixo nas ruas da Espanha para montar cenários de discursos prontos.

Precisa de um gestor que permaneça, que limpe o que sujou e que, ao menos uma vez, assuma o próprio papel no cenário que ele mesmo escreveu.

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