Rondônia, 20 de maio de 2025
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Política

Oscar Neto é exonerado em edição extra do Diário Oficial; urgência na publicação chama a atenção

Terça-feira, 20 Maio de 2025 - 14:55 | Redação


A exoneração do secretário-geral de Governo da Prefeitura de Porto Velho, Oscar Dias Neto, publicada com urgência incomum em edição extra do Diário Oficial da AROM às 10 horas desta terça-feira (20), acendeu de vez o sinal de alerta nos bastidores da administração municipal. O despacho, que saiu direto do gabinete do prefeito Léo Moraes, veio sob a justificativa protocolar de “exoneração a pedido”. Mas a movimentação apressada, envolvendo o homem considerado o segundo mais poderoso da gestão, só reforça a pressão que paira sobre o governo desde que vieram à tona denúncias de corrupção envolvendo contratos milionários com a empresa Plator Engenharia. As edições do DOM são publicadas às 23 horas, mas aparentemente, o gabinete não podia esperar. 

Oscar, além de secretário-geral, é o presidente regional do Podemos, partido do prefeito, e seu principal articulador político. Desde janeiro, ele concentrou poderes que ultrapassavam até os da vice-prefeita Magna dos Anjos. Nada acontecia na estrutura administrativa da Prefeitura sem sua aprovação,  da nomeação de cargos comissionados à liberação de contratos e processos emergenciais.

O que intriga a classe política e provoca rumores pelos corredores do Palácio Tancredo Neves é justamente a pressa na publicação. Por que a saída do braço direito do prefeito precisou ser formalizada com tamanho estardalhaço, em pleno horário comercial e por edição extraordinária?

Homem de confiança vira peça incômoda

A movimentação do prefeito para tentar acomodar Oscar em outro espaço de poder evidencia que sua queda não foi resultado de um pedido espontâneo, mas sim de um arranjo de conveniência política diante do desgaste inevitável. Oscar resistiu até onde pôde, segundo apurações de fontes próximas ao Executivo. Não queria deixar o comando da SGG, que hoje representa o verdadeiro coração da máquina municipal. 

A exoneração “a pedido”, portanto, é mais simbólica do que verdadeira. É o roteiro conhecido das gestões que apostam em narrativas de controle quando confrontadas com escândalos: afastar o rosto visível, realocar internamente, e tentar convencer a opinião pública de que tudo segue normal.

Gestão acuada, narrativa instável

A crise escancarada com a saída de Oscar Dias Neto aprofunda a instabilidade do governo Léo Moraes, que já enfrenta dificuldades na articulação política dentro da Câmara Municipal e começa a perder o apoio de sua base. A tentativa de transformar um gesto de enfraquecimento em uma jogada estratégica não passa despercebida por quem acompanha a política local.

Se a exoneração foi mesmo “a pedido”, por que tamanha urgência? Por que a necessidade de usar uma edição extraordinária do Diário Oficial? E por que alardear um novo cargo que sequer existe oficialmente?

São perguntas que seguem sem resposta, enquanto as investigações avançam e a imagem do governo afunda sob o peso das contradições que ele mesmo insiste em esconder.

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