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Quadrilha no Ministério do Trabalho debochava de investigadores, diz PF

Domingo, 30 Março de 2014 - 12:06 | RONDONIAGORA


Quadrilha no Ministério do Trabalho debochava de investigadores, diz PF

Um poderoso esquema de corrupção caiu no final de semana em Porto Velho com a Operação Trama, envolvendo servidores e a própria titular da Superintendência do Trabalho e Emprego de Rondônia, Ludma de Oliveira Correa Lima. Representantes da Polícia Federal, Ministério Público Federal e a Controladoria Geral da União (CGU), explicaram em coletiva à imprensa como funcionava o desvio de recursos públicos. Estiveram no encontro com os jornalistas o superintendente da PF, Carlos Manoel Gaya, o procurador  Reginaldo Trindade e o assessor de operações especiais da CGU, Wagner de Campos Rosário, o chefe da CGU, Ricardo Plácido Ribeiro e o delegado Arcelino Vieira Damasceno, titular da Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado.


Foram cumpridos 31 mandados judiciais: seis de prisão temporária, seis suspensões de funções públicas, nove de condução coercitiva e dez de busca e apreensão.

Foram cumpridos 31 mandados judiciais: seis de prisão temporária, seis suspensões de funções públicas, nove de condução coercitiva e dez de busca e apreensão.

Segundo Wagner Campos, a CGU começou a investigar os gastos ilegais a partir de 2012, quando percebeu em Rondônia, as compras com os cartões corporativos superavam a média nacional. “As investigações começaram a cerca de um ano e meio atrás, quando percebemos que os gastos aqui em Rondônia superavam em cinco vezes a média nacional. A CGU também começou a investigar os servidores que apresentavam viagens para o interior, mas que não viajavam, e recebiam as diárias”, disse Campos.

A CGU estima que desde 2011 até dezembro do ano passado, o esquema tenha se apropriado ilegalmente de R$ 550 mil, com dinheiro de falsas viagens e compras fantasmas com o cartão corporativo.

Compras de flores, agendas e acidente de trânsito

No levantamento que realizou com os extratos dos cartões corporativos, a CGU e a PF descobriram que os operadores do esquema usaram o dinheiro público para fazer compras em floriculturas, livrarias e aluguel de data show e equipamentos de som. Em outras compras, também usando o cartão, os servidores simularam a compra de papel A4 e emitiram notas frias. O esquema contava com o apoio de a participação de empresários, que emitiam as notas e passavam os cartões.

O procurador Reginaldo Trindade, que acompanhou as investigações, disse que apesar das prisões e a apreensão de vários documentos, a Polícia ainda não identificou quem comandava a quadrilha, embora tenha informado que a superintendente Ludma de Oliveira Correia Lima, tinha total conhecimento das fraudes. “Mais uma instituição pública em Rondônia caiu. Esse trabalho escancarou um esquema vergonhoso que existia na superintendência”, disse.

Trindade ainda revelou um fato até inusitado, mas que corroborou para as investigações. A superintendente substituta, Maria Alzinete de Jesus e Silva, se envolveu em um acidente de transito em Porto Velho, em um dia em que deveria estar em viagem ao interior do estado. Ela  informou o deslocamento mas não viajou, embolsando os valores das diárias. O acidente foi registrado pela imprensa.

Escutas telefônicas e deboche

Durante as investigações, a Polícia Federal, com autorização da justiça, interceptou várias ligações telefônicas entre os servidores denunciados no esquema. Segundo o MPF, nas conversas, os envolvidos riam da fraude que aplicavam e debochavam das autoridades imaginando que não seriam responsabilizados. “Eles conversavam entre si e riam, davam gargalhadas debochando das autoridades. Eu quero aqui fazer um alerta: tem mais gente de outras instituições públicas fazendo irregularidades por ai. Eu peço que parem, porque amanhã, daqui a um mês ou daqui a um ano, os homens de preto da Policia Federal vão bater na porta das suas casas as seis da manhã”, alertou.

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