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Mas, como ninguém percebeu isso antes?

Sexta-feira, 14 Setembro de 2018 - 10:25 | por Juliana Maria de Oliveira


Mas, como ninguém percebeu isso antes?

João é uma pessoa como qualquer outra, estuda e trabalha, tem amigos e família. Ultimamente tem se sentido diferente, tem falado menos, não sente mais o mesmo prazer em realizar suas atividades ou em ficar com as pessoas que o rodeiam. Faz as coisas como se estivesse no automático. Conversou com algumas pessoas sobre como estava se sentindo, disse que até pensou em morrer. Alguns ouviram, outros nem tanto. Disseram-lhe que devia ficar calmo, pois isso ia passar, era só uma fase, que deixasse de besteira e agradecesse por tudo o que tem. João não viu essa nuvem cinza passar e mesmo agradecendo por tudo o que tinha, essa besteira não deixou de incomodar. E em certo momento todos se perguntaram: Como ninguém percebeu antes? Por que ninguém o ajudou? Ninguém sabia pelo que ele estava passando? Alguém podia ter ajudado.

Setembro é o mês de prevenção ao suicídio. Conhecido como Setembro Amarelo, seu slogan é a frase “Falar é a melhor solução” para incentivar a abertura do diálogo na sociedade sobre este tema que ainda é considerado um tabu e, principalmente, para ampliar a escuta e o acolhimento daqueles que sofrem com pensamentos, ideias e tentativas suicidas. A partir da iniciativa do Centro de Valorização da Vida – CVV são promovidas diversas atividades, em todo o país, para esclarecer, conscientizar e estimular a prevenção ao suicídio, com ações que vão desde a iluminação de pontos turísticos com a cor amarela, até palestras, caminhadas e eventos que abordem o tema, seja em locais públicos ou em instituições privadas.

De acordo com dados da Organização das Nações Unidas – ONU, 800 mil pessoas cometem suicídio a cada ano e esta é a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. Para cada morte por suicídio existem muitas outras pessoas tentando. A tentativa de suicídio constitui o principal fator de risco para a consumação do ato, porém é possível reverter esse quadro e preveni-lo. Apesar da forte relação entre suicídio e transtornos psicológicos e psiquiátricos, ele também pode ocorrer em momentos de forte crise, em que as pessoas não se sentem capazes de lidar com estresses e pressões da vida. Também são fatores de risco para o suicídio a violência, desastres, conflitos, abusos e forte senso de isolamento.

A campanha tem como objetivo esclarecer que o suicídio é um problema de saúde pública que exige emergência de ações e atenção, seja por parte dos governos, entidades, profissionais de saúde e principalmente no ambiente familiar. Compreender que a intenção de cometer suicídio pode ser revertida, que deve ser acolhida e percebida, por todos, com seriedade, ajuda no momento de indicar e incentivar a busca por ajuda.

Em Porto Velho – RO, a acolhida de pessoas com essa problemática de saúde pode ser feita através do Centro de Atenção Psicossocial – CAPS (Rua Elias Gorayeb, 2576), Unidades Básicas de Saúde do seu bairro e pelo site (www.cvv.org.br) ou telefone 188 do Centro de Valorização da Vida – CVV.

*Juliana Maria de Oliveira – Psicóloga CRP 20/04976. Formada pela Universidade Federal de Rondônia – UNIR. Especialista em Gestão Organizacional e de Pessoas pela Universidade Federal de São Carlos - UFSCar. Atende atualmente na clínica Fábrica de Competências em Porto Velho

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