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Com histórico de escândalos, Amazon Fort permanece no radar da Prefeitura de Porto Velho
Sábado, 26 Julho de 2025 - 15:39 | Redação

Mesmo com histórico de investigações por fraudes, corrupção e ameaças, a empresa Amazon Fort, envolvida na Operação Presságio, segue como uma das principais interessadas no contrato milionário de coleta de resíduos sólidos na capital rondoniense. A condução do processo pela atual gestão do prefeito Léo Moraes (Podemos) levanta questionamentos sobre os critérios adotados para a contratação do serviço.
A Amazon Fort foi alvo de operação policial em Santa Catarina no ano passado, quando atuava como prestadora terceirizada de serviços de coleta de lixo para a Prefeitura de Florianópolis. A Operação Presságio, deflagrada pela Polícia Civil, apura suspeitas de fraude em licitação, corrupção e dano ambiental, após a empresa assumir o serviço durante uma greve da autarquia municipal Comcap.
Segundo informações do Portal da Transparência de Florianópolis, a empresa recebeu R$ 29 milhões entre janeiro de 2021 e maio de 2022, com um aumento de 85% nos repasses de um ano para outro. Embora o contrato com a empresa tenha sido firmado sob a justificativa da greve da Comcap, iniciada em 20 de janeiro de 2021, o acordo com a Amazon Fort foi assinado no dia anterior à paralisação, o que motivou o nome da operação.
De acordo com a investigação, a empresa já anunciava vagas de emprego para o serviço de coleta em Florianópolis desde o final de dezembro de 2020, semanas antes do início oficial da greve. A Polícia Civil considera esse movimento um indicativo de que a contratação emergencial pode ter sido previamente articulada.
Ainda segundo as investigações, a Amazon Fort continuou operando por 17 meses sem licitação, mesmo após o encerramento da greve, que durou apenas 10 dias. Também foram apurados pagamentos irregulares a uma ONG, contratação de assessores comissionados e movimentações financeiras consideradas incompatíveis com os salários de alguns servidores, como no caso do ex-presidente da Comcap, que movimentou R$ 2,7 milhões em sua conta pessoal após o início da atuação da empresa.
Episódio de ameaça
Em julho de 2024, o então prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB), registrou boletim de ocorrência após relatar ter sido ameaçado por Iuri e Carlos Faria, donos da Amazon Fort e da empresa Orizon, durante um encontro casual em frente a um restaurante da cidade. Segundo o registro, as ameaças ocorreram logo após uma audiência de conciliação sobre o contrato de gestão de resíduos sólidos. O caso foi presenciado por membros do alto escalão da prefeitura, incluindo o secretário da Semusb e o superintendente de comunicação.
Situação em Porto Velho
Apesar do histórico da empresa, a atual gestão municipal conduz tratativas para contratação dos serviços de coleta de lixo sem apresentar esclarecimentos públicos sobre os critérios de escolha da empresa. A insistência em dar prosseguimento ao processo, mesmo após a série de denúncias e a operação policial em outro estado, tem chamado atenção de autoridades e da imprensa local.