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Prefeito Léo Moraes volta a pedir novo empréstimo, agora são quase meio bilhão de reais

Segunda-feira, 14 Julho de 2025 - 17:25 | Redação


Prefeito Léo Moraes volta a pedir novo empréstimo, agora são quase meio bilhão de reais

Sem apresentar resultados concretos dos R$ 300 milhões inicialmente solicitados, prefeito quer mais dinheiro para projetos que sequer começaram

Em uma repetição do seu primeiro ato como chefe do Executivo municipal, o prefeito Léo Moraes enviou nesta segunda-feira (14) à Câmara de Vereadores o Projeto de Lei nº 05/2025, pedindo autorização para contratar nova operação de crédito no valor de até R$ 180 milhões. A justificativa: investir em infraestrutura, saúde, educação e saneamento. A promessa: modernizar a cidade. A realidade: seis meses de governo e nenhum projeto executado na área da educação, exatamente o setor que justificou o primeiro pedido de empréstimo, de R$ 300 milhões.

A nova proposta foi encaminhada através da Mensagem nº 67/2025 e traz uma lista genérica de boas intenções, como construção e reformas de escolas e unidades de saúde, melhoria na drenagem urbana, ampliação da rede de esgoto e compra de equipamentos clínicos. No papel, parece um plano ambicioso. Na prática, Porto Velho ainda enfrenta a ausência de uniformes escolares, falta de merenda e material didático, além da já conhecida paralisia licitatória que vem marcando a atual gestão.
Uma cidade travada e uma prefeitura que só sabe aderir

O Tribunal de Contas de Rondônia, inclusive, barrou recentemente o contrato com a empresa Plator, responsável pela elaboração de projetos de engenharia, após identificar uma série de irregularidades. Ou seja: nem os estudos que deveriam dar base aos investimentos anunciados conseguiram avançar. Ainda assim, o prefeito insiste em seguir a trilha do endividamento sem sequer apresentar o que foi feito – ou tentado – com os recursos já aprovados.

Enquanto não consegue licitar absolutamente nada, a Prefeitura tem se notabilizado por recorrer sistematicamente a “caronas” em atas de outros entes e a contratos emergenciais pouco transparentes, muitos deles assinados em tempo recorde e com valores acima da média praticada em licitações regulares. É o que os próprios técnicos da Controladoria-Geral e do Ministério Público têm definido como “inversão da lógica administrativa”: primeiro se contrata, depois (talvez) se planeja.

Folha de pagamento inchada e prioridades invertidas

Paralelo a isso, Léo Moraes segue inflando a máquina pública. Desde janeiro, o município tem autorizado novos cargos comissionados e reajustes generosos nas gratificações, muitas delas com valores superiores aos pagos pelo Governo do Estado. A folha de pagamento cresce, o orçamento para investimentos encolhe, e a prioridade de fato parece ser manter aliados bem acomodados, e não entregar resultados à população.

A contradição é gritante: ao mesmo tempo que pede mais recursos emprestados, o prefeito compromete a capacidade de investimento futuro do município com uma política de pessoal dispendiosa e de retorno questionável. O custo da ineficiência começa a pesar nas contas públicas e ameaça comprometer as finanças da capital a longo prazo.

Sem estudo, sem projeto, sem transparência
Chama a atenção o fato de o novo pedido de empréstimo ter sido protocolado sem qualquer estudo técnico de impacto, sem apresentação de cronograma de obras ou detalhamento das metas físicas a serem alcançadas. O texto da mensagem enviada à Câmara é vago e genérico, como se bastasse listar boas intenções para obter carta branca dos vereadores – muitos dos quais já demonstram desconforto com o que chamam, nos bastidores, de “cheque em branco”.

A proposta prevê que os R$ 180 milhões serão utilizados para obras diversas, mas não especifica em quais bairros, nem quais unidades de saúde ou escolas seriam contempladas. Tampouco define prioridades ou indica responsáveis técnicos pelos projetos. A única certeza é que a conta, como sempre, ficará com o contribuinte de Porto Velho, que continua esperando pelas melhorias prometidas ainda na campanha eleitoral.

Voto de confiança ou irresponsabilidade fiscal?

Resta saber se a Câmara de Vereadores dará novo voto de confiança ao prefeito, mesmo diante de um histórico recente marcado por promessas vazias, contratos barrados e inércia administrativa. A falta de capacidade de execução do município, já escancarada em diversas áreas, coloca em xeque a legitimidade de mais um endividamento milionário. Afinal, para onde foi o dinheiro que já veio?

A administração de Léo Moraes precisa mais do que novas dívidas: precisa de competência, planejamento e, acima de tudo, respeito ao dinheiro público. Até agora, tem entregado o contrário

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