Rondônia é o segundo maior estado em recuperação de crédito

O 1º Seminário Tendências Econômicas do Norte, promovido pelo Escritório de Advogados Nogueira e Vasconcelos na manhã desta quinta-feira em Porto Velho, reuniu empresários e interessados no cenário econômico e planejamento financeiro para 2016.

Apesar da crise instalada em todo o país e dos altos índices de inflação, 2015 é considerado o ano de reestruturação da política de saúde financeira das empresas. Segundo o palestrante Luiz Rabi, líder da área de indicadores de mercado da Serasa Experian, é preciso analisar a origem do desarranjo. “O consumo privado cresceu sistematicamente acima do PIB desde 2009, quebrando o equilíbrio que prevaleceu em 2002 até 2008”, avaliou.

O palestrante, porém, ressaltou o grande potencial em Rondônia, que mesmo com o cenário financeiro atingido, teve crescimento este ano com o agronegócio, indústria e varejo, e o índice de exportação chegou a 14,1%.
Rabi afirma que a distância entre o consumo e a produção foi se alargando cada vez mais, e para que a relação fosse recuperada foi necessária medida mais severa. “O remédio para a inflação é política monetária ‘apertada’, com redução de consumo e de salários”. Os efeitos colaterais da medida já estão sendo sentidos com a queda das vendas de varejo e procura por crédito. “É lógico que, se estamos em crise, com taxas de juros mais altas e desemprego, não vamos gastar. Este Natal deve ter queda de aproximadamente 5% nas vendas”.
O palestrante, porém, ressaltou o grande potencial em Rondônia, que mesmo com o cenário financeiro atingido, teve crescimento este ano com o agronegócio, indústria e varejo, e o índice de exportação chegou a 14,1%.

Inadimplência

O país tem 57 milhões de CPFs inadimplentes, 64,4% tem mais de uma dívida, e 51% dos devedores devem para mais de um credor. Em Rondônia, 1% da população faz parte deste grupo de inadimplentes. É o sexto menor estado em quantidade de dívidas, e o segundo melhor em eficiência de recuperação de crédito.

“Esse dado é muito bom, porque indica que as pessoas devem, mas tem interesse e pagam suas dívidas. Rondônia só perde para o Piauí, onde existe uma política de educação financeira inseridas nas escolas”, revelou Gleysson Fernandes de Matos, responsável pelas estratégias e modelos de negócios da Serasa Experian.

O que mais a população devem em Rondônia são os utilities (água e energia), com 3,2 pontos a mais que a média nacional. “Em compensação, no varejo a recuperação é 1,7 vezes maior do que a média brasileira”, completou.

Para fechar, Gleysson dá a dica para administração financeira entre casais. “55% dos devedores de Rondônia são do sexo masculino, e a recuperação dos inadimplentes do sexo feminino é melhor, então se esse é o seu caso, é melhor deixar a mulher administrar as finanças da casa, que vai dar tudo certo”, finalizou.

Diego Vasconcelos, especialista em Direito Tributário, diz que “a análise do cenário econômico brasileiro possibilita o investidor a traçar planejadamente a economia de Rondônia em 2016”. Reunindo diferentes setores do mercado, o seminário abriu novas perspectivas.