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Votorantim pratica cartel do cimento em Rondônia, denuncia deputado Jesualdo Pires

Segunda-feira, 07 Junho de 2010 - 17:52 | RONDONIAGORA


Votorantim pratica cartel do cimento em Rondônia, denuncia deputado Jesualdo Pires
O deputado Jesualdo Pires (PSB) denunciou na Assembleia Legislativa, na sessão plenária desta segunda-feira (7), a empresa Votorantim pela prática do monopólio na comercialização do cimento em Porto Velho, mesmo recebendo incentivos fiscais do governo do Estado de Rondônia, e que já está anunciando a falta do produto na Capital do Estado. “O preço do cimento praticado por essa empresa aqui é bem superior ao que ela própria pratica em Cuiabá, onde também tem fábrica. Não se justifica essa prática e estou encaminhando documento para o governo do Estado no sentido de que sejam cancelados os incentivos, pois, na prática, não estão atendendo os objetivos propostos inicialmente”.


Jesualdo Pires, que é também engenheiro civil, falou da tribuna da Assembleia Legislativa que “estão programando para este mês de junho a falta de cimento.
Para exemplificar o que classificou como abuso, o deputado Jesualdo Pires disse que o preço do cimento em Porto Velho é o mais caro do Brasil, já que a Votorantim comercializa o saco de 50 quilos ao preço de R$ 21,55, na fábrica, chegando ao consumidor final ao preço de R$ 27. “Em Goiânia, o valor na fábrica é de R$ 13, chegando ao consumidor ao preço de R$ 16,80. Em Brasília, o preço praticado é de R$ 12,80, na fábrica, e de R$ 16,50 ao consumidor final. Não se justifica essa prática aqui porque existem os incentivos fiscais. Só para se ter idéia, a fábrica em Porto Velho vende o cimento a granel pelo mesmo preço ensacado. Até há um mês, o cimento a granel era mais caro que o saco”.
Jesualdo Pires, que é também engenheiro civil, falou da tribuna da Assembleia Legislativa que “estão programando para este mês de junho a falta de cimento.

Essa prática é fictícia só para aumentar mais ainda o preço, pois virá a justificativa do término das chuvas e aí se justifica o aumento pela aceleração das obras. Essa prática já vem ocorrendo há anos aqui em Rondônia”. O parlamentar foi mais além e disse que “nossa fábrica é nova (sem despesa de manutenção) e tem todos os tipos de incentivos fiscais do Estado, inclusive redução do ICMS, e deveria praticar o menor preço do Brasil, mas, infelizmente, não é isso que vem acontecendo. O preço do produto está maior do que quando era transportado da fábrica de Cuiabá para Porto Velho. Somente o frete era em torno de R$ 9 por saco de cimento”.

Conforme a denúncia feita pelo deputado Jesualdo Pires, a qualidade do cimento produzido em Porto Velho é mais baixa do que a produzida em outros Estados. “O cimento daqui está sendo produzido em CP IV, que é para consumo das Usinas do Madeira, sendo que o nosso deveria ser CP II para obras de construção civil. Por conta disso, as empresas instaladas em Porto Velho estão comprando cimento em Brasília e o mesmo chega aqui mais barato do que o fabricado aqui, mesmo com a distância de 2.600 quilômetros. E mais: o cimento Nassau que é produzido no Amazonas é vendido em Rondônia pelo mesmo preço do fabricado aqui”.

Jesualdo Pires disse estar encaminhando documento ao governo para saber dos incentivos fiscais que foram dados à Votorantim. Os deputados Luiz Cláudio (PTN) e Tiziu Jidalias (PP) propuseram o encaminhamento de documento à direção da empresa para prestar os devidos esclarecimentos e, em sendo necessário, decide-se pela convocação da empresa e do governo para as explicações oficiais e a tomada de providência, pois consideraram as denúncias graves. Jesualdo concordou com a proposição.
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