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Não leia é sobre o professor! Não importa, ninguém liga.

Sábado, 27 Abril de 2013 - 11:14 | EDERSON RODINEI


Não leia é sobre o professor! Não importa, ninguém liga.

O professor que se dane nós não estamos nem ai ele ira continuar sendo mesmo professor



Existem muitas matérias que já saíram sobre a profissão de professor mais hoje vocês mergulharam nas profundezas em relação a este assunto, portanto não leia ninguém se importa ninguém liga ser professor hoje é: sinônimo de luta, não valorização da profissão com salários baixos, falta de valorização pela sociedade no contexto importância, humilhação, enquadramento do professor como aquele que pode ser qualquer um. A sociedade diz: “o professor é muito importante se não existisse não haveria as outras profissões porque todas passam pelo ensino do professor” é a maior mentira que a sociedade fala, pois na pratica a sociedade faz: “o professor que se dane nós não estamos nem ai ele ira continuar sendo mesmo professor”.

O que foi o professor no passado e o que ele é hoje perdeu seu status dentro da sociedade e junto o salário? Ser professor significa: luta para suprir suas necessidades básicas e com um pouco mais de trabalhos extras pagar prestações para ter sua moto ou carro, casa financiada em 35 anos com muita sorte, se não estiver no SERASA ou SPC por uma compra a prestação que não conseguiu pagar, mas para isso sua jornada de trabalho terá que ser manhã, tarde e noite. Esta matéria é especialmente para a sociedade de Rondônia, para os políticos, e as secretarias de Educação tanto do Estado como dos Municípios parece até perda de tempo, mas quem sabe a esperança é a ultima que morre e a eleição vem aí ano que vem com mais mentiras e promessas falsas, professor também gosta de ser enganado, mas o que é isso me desculpe os políticos honestos em Rondônia não estou falando para vocês. Se cada professor soubesse que juntos poderiam mudar a sociedade principalmente em relação a votação dos políticos eles teriam mais respeito por vocês, mas eles sabem que é uma classe desunida por tanto fraca.

Podemos dividir em duas situações o professor a primeira é o que mais afeta o seu trabalho e a outra qual são seus maiores problemas. Não descartando que a profissão de professor esta em quinto nas profissões mais estressantes, gerando problemas de saúde física e psicológica. Diferente do que acontece nos Estados Unidos em que a profissão menos estressante no país é de professor Universitário, é claro que aqui estamos falando de outra categoria professor de Ensino Fundamental e Médio.

Qual são os fatores que afetam o trabalho do professor? podemos citar: o cansaço físico e intelectual devido ao excesso de atividades ligadas a função, com uma burocracia enorme em pleno século vinte: planos de aula, diários, formulários, sem falar no que leva para casa no final de semana como provas para corrigir, trabalhos realizados, testes e projetos, portanto o trabalho do professor não termina quando bate o sinal para ir embora ele pode estar só sendo adiado o começo. A indisciplina dos alunos atrapalha muito principalmente a conversa excessiva, bagunça e o uso de celular na sala de aula de forma escondida ou não. Mas também existe a violência contra o professor de forma verbal e o assédio moral é constante na educação.

Qual o maior problema do professor? Talvez não o maior, mas o primeiro problema que o professor enfrenta hoje mais do que nunca é a falta de união da classe, sempre pensando de forma individual e não solidaria com certeza o maior problema do professor tanto de escolas Estaduais como dos Municípios é o SALÁRIO BAIXO, mas todo mundo já sabe, não é necessário escrever em palavras grandes o que fazer então? Como resolver? é muito simples. A solução imediata esta nas mãos do Governo Federal tornar todos os professores do Estado como dos Municípios funcionários Federais, o que elevaria o salário e resolveria o problema, independente dos Governos Estaduais ou Municipais, deixando a cargo destes a estrutura física e o mantimento da mesma, mas isso jamais o Governo Federal aceitaria não teria dinheiro? afirmo que teria sim, qual seria o impacto na folha de pagamento do Governo Federal de 20% a 25% da folha de investimento em educação, para o Governo Federal seria grande o impacto mas na educação do país o impacto seria bem maior, estes 25% é fácil de obter com o estimulo de investimento de empresas privadas aumentando a dedução do imposto de renda em investimentos das empresas na educação, o Governo do Estado conseguiria resolver este problema especifico da educação sozinho aumentando o salário do professor? Com certeza diria não temos dinheiro para isso, mas tem todas as armas, é só analisar as empresas que mais investem no Estado e abrir portas para novas empresas para instalarem-se no Estado formando o fundo educacional para especificamente pagamento dos professores, o maior problema vai ser a tentação de colocar as mãos nesse dinheiro quando tiver alguma crise financeira, será que a raposa agüenta não comer os pintinhos com fome.

O que existe hoje é uma migração de milhares de professores para outras profissões, muitos bons professores alguns entrando na profissão recentemente há 2 anos e outros faltando 10 ou 15 anos para se aposentarem acabam deixando de ser professor, pois a tão valorização profissional nunca existiu, e querem ser valorizados.  A desmotivação é geral dos professores principalmente quando se entra na sala dos professores é visível o desânimo nem o cafezinho na mesa resolve mais. Existem muitos professores hoje no Município e Estado fazendo outros cursos na faculdade por não acreditarem mais na mudança na educação, vão fazer engenharia, enfermagem, informática, direito, administração ou simplesmente quando conseguirem entrar em alguma empresa acabam saindo da educação o maior exemplo é o curso de Química, muitos foram parar em laboratórios de empresas trabalham menos e ganham mais com analises de controle de qualidade. Com a Federalização da categoria do professor haveria um aumento de pessoas querendo ser professor o que aumentaria a qualidade do ensino conseqüentemente por existir competição o que não ocorre hoje com intensidade.

A desmotivação primeira é o Salário, mas qual é a outra então? São as condições de trabalho, ou seja, a estrutura física das escolas, muitas com problemas crônicos que se estende de direção a direção escolar, como calor das salas, ventiladores estragados, banheiros com falta de estrutura, fossas entupidas, iluminação péssima ou até mesmo o barro e a inundação da rua de entrada da escola.

Mas talvez o que mais irrita e da felicidade para o profissional professor é o tal de voluntario na educação isto depende do professor, ele fica feliz com o voluntario quando o mesmo tem que pegar a sua turma para alguma atividade, principalmente quando está cansado ou não esta afim de dar aula mesmo nessa hora ele veio na hora certa, mas já pararam para pensar o que representa o voluntario na educação pode ser qualquer um basta querer e se dispor ele se torna um termo poético Amigo da Escola, vamos analisar de forma crua não precisa ter formação, vamos mandar qualquer dia deste algum voluntario para a área médica, que tal na cirurgia um voluntario anestesista, o que? não pode um voluntario anestesista? e porque na educação pode qualquer um? na educação também se mata, mas não matamos 1, matamos 30, 40 de uma só vez quando não temos êxito.

Mas o que é mais interessante com certeza são as capacitações para os professores do Município e do Estado, porque primeiro são desrespeitosas com o professor ferem sua inteligência algumas não servem para acrescentar nada em sua vida intelectual, pois sua realidade é outra alguns palestrantes que davam oficinas inicialmente falavam para os professores: “Vamos iniciar a nossa reciclagem” que ótimo o professor passou a ser reciclado é claro que os palestrantes se desculparam depois, mas eu fiquei curioso em qual categoria ele se encaixaria se o cobre é que vale mais na hora da venda.

As capacitações que chegam ao professor geralmente são imposições das Secretarias Educacionais com um formato enlatado pronto e como algo democrático, mas no fundo esta cheia de autoritarismo e sem funcionalidade pratica. É claro que tem suas exceções de capacitações e de integrantes que participam nem todos aceitam a chibata como algo positivo ou aproveitam da mesma forma as capacitações que recebem. Existe uma corrente de pensamento nos governos Estadual e Municipal ligadas ao IDEB, que todos são números e para os números viveremos e cada vez mais nós trabalharemos para ganhar mais prestigio e dinheiro e tirar das nossas costas este problema, “Todos são Números na Educação, e os Números é que Importam”, que tristeza o conhecimento ficou de lado e agora, a “Aceleração Chegou” e o aluno que “Não Sabe Nada” esta passando de série todos os anos porque tem que passar. O que houve com a qualidade da educação?

A meritocracia é uma mentira, esta direcionada a escolas que são verdadeiro marketing eleitoral, até que se provem ao contrario com algo concreto com critérios rígidos e específicos claros para pontuar todas as escolas. Nos Estados Unidos não deu certo a meritocracia porque quem definia era o diretor da Instituição e ficou extremamente apadrinhado, podemos copiar algo que não deu certo e corrigirmos para dar? talvez só o tempo e o trabalho empregado vai dizer.
Podemos copiar algo que deu certo quem sabe alterar o Estatuto da Criança e do Adolescente, baixando a maior idade penal para 12 anos como é nos Estados Unidos, o nosso adolescente resolveu que pode brigar a hora que quiser dentro e fora da escola e até mesmo querer bater em funcionários e no professor, o professor esta sem leis que o protejam, os órgãos responsáveis no Estado de Rondônia podem estar ajudando a instituir uma lei de proteção ao professor especifica como o Estado de São Paulo esta fazendo.

Fiquei impressionado com a forma de gratificação conforme o professor avança no estudo no Estado às gratificações funcionam da seguinte forma: Gratificação sob o salário base sendo por curso de pós-graduação Lato Sensu 15%, se fizer mais de uma pós-graduação não vale nada, não conta para soma da gratificação por tanto mais estudo não significa mais salário, Gratificação por curso de pós-graduação Stricto Sensu que é o Mestrado 20%, detalhe não vale mais a pós-graduação anterior sendo substituída uma pela outra, ou seja, fez o mestrado e se tinha a pós-graduação Lato-Sensu subiu 5% pelo Mestrado. É uma pena, mas o Governo não incentiva o professor a estudar mais com a integração acumulativa da pós-graduação no salário do professor.

O que seria interessante é se o SINTERO lutasse pela gratificação acumulativa da pós-graduação incorporada no salário do professor do Estado e por cada professor atuar em sua área de formação especifica, parar de colocarmos professores de matemática dando aula de física.
A implantação da Escola Integral no Estado de Rondônia é uma tentativa boa, mas será muito difícil a sua implantação na atual estrutura das Escolas Publicas de Rondônia, me lembro da época que foi implantado com êxito pela primeira vez na década de oitenta para noventa no Rio de Janeiro pelo Governador chamado Leonel Brizola, os chamados Brizolões popularmente apelidados pela população tinham uma enorme estrutura e espaço físico, mas esse sonho começou lá atrás quando foi Governador do Rio Grande do Sul muitas vezes estive em seus discursos e ele falava sobre esse tipo de escola em que o menino entraria pela manhã e sairia a tarde mas não existe mais os Brizolões viraram grandes escolas de Ensino Fundamental e Médio no Rio de Janeiro, a pergunta que fica é como organizar uma quantidade enorme de criança em um espaço físico pequeno, se fossem 500 já seria grande a quantidade mas a maioria das escolas tem o dobro 1.000 alunos, será improvisado o tempo todo os espaços, quem sofrera com certeza é o aluno e quem vai padecer na organização é a supervisora e os coordenadores da oficinas nas escolas, porque não vai dar para ter aula de reforço o tempo todo em salas improvisadas, terá quantidade de merenda para todos e será dado de forma separada para as turmas do Ensino Regular Normal e pelos alunos da Escola Integral é claro não esquecendo os do Mais Educação.

O professor do futuro será chamado por um termo americano chamado de “designer de currículo”, mas no que é diferente de um profissional da educação de hoje? desenvolverá currículos e projetos interdisciplinares usando as novas tecnologias (portais interativos com videoaulas e recursos multimídia criando blogs, salas de bate papo virtuais, e outras) mas não ficara só em ambientes virtuais mas atuara na escola desenvolvendo e criando projetos interdisciplinares com diferentes disciplinas intercalando as atividades em sala de aula atualizando-se o tempo todo passa a ser o orientador da classe para aumentar as capacidades diferenciadas de seus alunos.

Mas e se o nosso professor estiver preparado para a inovação e a sociedade não, “Segundo o Relatório do Fórum Econômico Mundial divulgado este mês mostra que o Brasil tem um dos piores níveis de ensino do mundo nas áreas de Matemática e Ciências e de adaptar à realidade do mundo digital sendo este um fator que reduz a capacidade do Brasil de se adaptar à realidade do mundo digital, o país esta na 60.ª posição entre as nações mais preparadas para aproveitar as novas tecnologias em seu crescimento. Entre os 144 países avaliados, o Brasil aparece no 116.º lugar em educação, atrás, por exemplo, de Chade, Suazilândia e Azerbaijão. Em ciências, Venezuela, Lesoto, Uruguai e Tanzânia estão melhores posicionados no ranking do que o Brasil, que ocupa a 132.ª posição”. fonte: Jornal de Ciência – SBPC- JC e-mail 4704, de 12 de Abril de 2013.

Essa semana aconteceu paralisação Nacional a favor da Educação. Esses três dias devem ser refletidos com muitas questões, mas gostaria muito no final poder anunciar uma profunda mudança no sistema educacional do país, mas principalmente no maior problema da Educação que você pode não estar de acordo mais é a raiz do problema o Salário do Professor.

O autor é professor e pesquisador

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