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DELEGADO DETALHA PRISÃO DO MARIDO DE ABLA RAHHAL; ELE JÁ HAVIA ESPANCADO A MULHER
Segunda-feira, 03 Junho de 2013 - 14:11 | Com informações do Extra de Rondônia
De acordo com o delegado, são vários os indícios que ele não está falando a verdade quando alega inocência. Os principais pontos são as contradições que Fabiano cometeu entre o primeiro contato com a Polícia e o depoimento oficial. Outro fato: ele ter atrasado em várias horas viagem que faria no dia do crime. O delegado cita ainda que corda usada para enforcar a vítima é igual a que usava em seu caminhão, mensagens trocadas entre ele e Abla por celular e em redes sociais e depoimento de testemunhas.
Fabiano alegou primeiro que, após ter dormido na boléia de seu caminhão na noite anterior ao descobrimento do cadáver de Abla, teria entrado em casa e visto a esposa dormindo no quarto do casal. Em seguida, escovou os dentes e partiu de viagem. Estas afirmações foram feitas aos policiais militares que atenderam a ocorrência logo que o corpo da vítima foi achado. No entanto, em depoimento oficial horas depois na Delegacia, ele apresentou outra versão, dizendo que ao acordar partiu sem entrar na própria casa onde morava. Fabiano teria passado a noite em seu caminhão, pois na véspera tinha brigado com Abla.
Mas ele não saiu de viagem logo em seguida como alegado. A Polícia descobriu que, na verdade foi fazer manutenção no caminhão e depois ficou cerca de meia hora parado no pátio de um posto de combustíveis sem que nada pudesse justificar a atitude. Nesse período, ligou quatro vezes para o telefone da residência, usando dois celulares emprestados. Segundo o suspeito, ele não queria sair da cidade "de mal" com a esposa. No entanto, Fabiano não consegue explicar porque não foi pessoalmente para casa antes de viajar ou o motivo pelo qual utilizou telefones de outras pessoas.
O detalhe da corda também é importante. Além de ser igual a outras cordas encontradas no caminhão do suspeito, a vítima foi pendurada no quintal da residência através de dois nós complicados, um na ponta presa ao corpo e o outro dado na viga que sustentou a forca. Segundo o delegado, os nós são intrincados e indicam que a pessoa que os fez tem conhecimento profissional sobre o uso de cordas, sendo muito difícil que a autoria tenha sido de um leigo. A habilidade é compatível com a profissão de Fabiano. Sobre o fato da corda ser similar a que ele tinha no caminhão, o acusado afirma que ele mesmo tinha deixado o artefato no quintal, dias antes do crime, pois a tinha usado para amarrar um fogão.
O indício seguinte é o fato da casa ser totalmente murada, com portão de ferro e ter dois cães de guarda à solta no quintal. Somado a isso, o próprio Fabiano dormia no caminhão em frente a residência. A Polícia não acredita que, com tudo isso, seria possível que um estranho entrasse na casa para cometer o crime.
Ainda de acordo com o delegado, após quebra de sigilo telefônico e em redes sociais da vítima, foram descobertas várias mensagens "estranhas" entre o casal, algumas até em tom ameaçador, partindo do acusado. A medida foi tomada a pedido dos advogados de Fabiano, que alegavam que Abla vinha sofrendo ameaças de terceiros, fato que não ficou comprovado. Em tese, a única pessoa com quem a vítima teve problemas foi o próprio esposo, e o casamento ia mal. Horas antes de morrer, Abla teve uma briga com Fabiano, que deixou objetos quebrados, apesar de naquele momento não ter havido agressão física.
Finalizando, vários depoimentos sustentam a tese do delegado Fábio Campos, inclusive um colhido na Capital, de onde o casal havia mudado antes de se radicar em Vilhena. A testemunha garante que o acusado agrediu fisicamente a esposa no final do ano passado. Há mais elementos que ajudam a firmar a acusação. O inquérito está praticamente concluído e será enviado em no máximo dez dias para o Ministério Público. A motivação das desavenças do casal seriam ciúmes.
Quanto ao suspeito, ele foi levado para fazer exames no IML e será recolhido a Casa de Detenção aguardando o pronunciamento da Justiça. O delegado Fábio encerrou a coletiva elogiando a ação dos peritos criminais e policiais, que trabalharam com um caso muito intrincado, onde a cena do crime foi forjada para que parecesse suicídio. "A investigação teve que ser levada com muito zelo e minúcia, mas a polícia trabalhou de forma eficaz para solucionar o crime", encerrou.
