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SEIS LIDERANÇAS DO CAMPO EM RONDÔNIA E UMA NO ACRE ESTÃO MARCADAS PARA MORRER, DIZ LISTA ENCAMINHADA AO GOVERNO FEDERAL

Terça-feira, 07 Junho de 2011 - 17:29 | RONDONIAGORA


a CPT (Comissão Pastoral da Terra) encaminhou nesta terça-feira (7) à ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, uma lista com 21 novos casos de pessoas que sofreram ameaças de morte nos últimos dias devido a conflitos no campo. Em duas semanas, cinco pessoas foram mortas em áreas rurais do Norte do país. Destes crimes, quatro ocorreram no Pará e um em Rondônia.



O documento cita em Rondônia ameaças a Luiz Carlos Lemes, de Buritis, Pedro Gomes, seringueiro do Rio Cautário, Volmir de Jesus, ex-gerente do Ibama de Ji Paraná, Hosanna Puruborá e Tanadi Miqueleno, em Seringueiras e São Francisco do Guaporé e José Iborra y Plans, da CPT Rondônia. No Acre registra o caso de Cosme Capistrano da Silva, agente da CPT.

De acordo com a CPT, um dos ameaçados é Dejesus Martins Araújo, líder do acampamento Paulínio, próximo ao assentamento Sapucaia, no Pará.

Na semana passada, ele socorreu o lavrador Marcos Gomes da Silva, que tinha 33 anos e foi morto a tiros na zona rural de Eldorado dos Carajás, sudeste do Estado. Dejesus foi também quem registrou o boletim de ocorrência do crime.

Ainda no Pará, outro ameaçado é o líder do acampamento Iraque, identificado como Pernambuco. Neste caso, a CPT de Marabá diz ter recebido um telefonema em que a pessoa do outro lado da linha disse que Pernambuco “vai virar carvão”.

Rondônia, com seis, e Tocantins, com cinco, foram os Estados com os maiores números de novas ameaças.

Na semana passada, representantes da CPT se reuniram com Maria do Rosário em Brasília e entregaram a ela uma relação com nomes de 1.855 pessoas que foram ameaçadas na última década. Deste total, 207 foram ameaçadas mais de uma vez. Houve, além disso, 42 assassinatos.

A ministra de Direitos Humanos admitiu que o governo não tem meios para proteger todas as pessoas que vivem sob risco, mas adiantou que um mapeamento será feito para que se identifique os casos mais graves.

- Seria ilusório dizermos que vamos proteger todas essas pessoas disponibilizando para cada uma o grupo de policiais necessários. Precisamos analisar cada caso e identificar os mais urgentes, mas quero deixar claro que a maior proteção é o enfrentamento da impunidade, e essa é a prioridade do governo federal.

Mortes

No dia 24 de maio, o casal de extrativistas José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo foi morto a tiros em uma estrada na região de Nova Ipixuna, no leste do Pará. Dias antes, os dois haviam denunciado empresas madeireiras por desmatamento ilegal.

No mesmo local, no dia 28, moradores do Assentamento Agroextrativista Praialta-Piranheira encontraram o corpo do agricultor Eremilton Pereira dos Santos.

Em Rondônia, um dia antes, o ativista Adelino Ramos, o Dinho, chefe do Movimento Camponês Corumbiara, foi morto em Vista Alegre do Abunã. A última morte foi de Marcos Gomes da Silva, em Carajás, no dia 1º de junho.

Preocupado com a sequência de homicídios, o governo decidiu promover uma operação militar emergencial na região da Amazônia.
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