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Não aguento mais não aguentar essa crise!

Quinta-feira, 25 Janeiro de 2018 - 13:47 | por Juliana de Oliveira


Não aguento mais não aguentar essa crise!

O Brasil tem passado por um longo período de crise econômica que afeta sensivelmente a vida dos brasileiros. Consequências como a diminuição do poder de compra, aumento do preço de produtos básicos e altas taxas de desemprego viraram cotidiano nos noticiários e preocupação constante na rotina de cada indivíduo.

Você deve imaginar que a economia é baseada em uma matemática extremamente exata e racional, de fato é. Porém, como tudo o que é feito por seres humanos e para seres humanos, está impregnada por uma infinidade de aspectos subjetivos. Emoções, como o medo e a alegria, sentimentos, como os de confiança ou insegurança, e comportamentos, como de comprar e não comprar tem papel relevante em seu movimento.

Quando a economia de um país está forte e estável, gera tranquilidade, segurança e confiança no investidor e no consumidor final que se sente capaz de sustentar a si e sua família, enquanto o dinheiro circula na sociedade com certo equilíbrio. De modo oposto, uma economia instável causa falta de confiança, medo de se fazer investimentos arriscados, sentimento de insegurança no mercado e no governo. A psicologia está fortemente ligada aos aspectos humanos da economia e da crise financeira. Como ela afeta as pessoas e como se recuperarão são os tópicos de maior importância para esta área.

Uma crise pode pegar a todos de surpresa, surge a necessidade de se cortar gastos e diminuir o padrão de vida ao qual se estava acostumado, além disso, a perda do poder econômico causa medo, angústia e dúvidas. As pessoas podem se sentir paralisadas diante da dificuldade de encontrar uma solução, incapazes de dialogar com a própria família sobre os problemas financeiros e de pedir ajuda dentro de casa, por medo de deixar de atender expectativas que antes eram atendidas, ou de perder a credibilidade quanto ao controle das finanças. A pressão de uma crise também pode levar a pessoa a tomar medidas que agravam essa situação como recorrer a empréstimos nutrindo um otimismo exagerado de que no futuro tudo se acertará, ou ainda por falta do controle da compulsão por comprar, sem fazer um planejamento adequado. Todo esse cenário se torna fator de risco para o desenvolvimento ou agravamento de problemas como alcoolismo, drogadição, depressão e ansiedade.

Em 2016, ponto alto da crise econômica no Brasil, universidades com atendimento psicológico gratuito registraram um aumento na procura por psicólogos 20% maior do que ao mesmo período do ano anterior. Pessoas desempregadas, microempresários que quebraram que nunca tinham pensado em procurar um psicólogo, sentiram, nesse momento, a necessidade de buscar ajuda profissional.

Crises são mesmo geradoras de grande preocupação, porém são também momentos importantes para a descoberta de novas possibilidades e mudanças. Um dos fatores mais importantes na recuperação de uma crise é a maneira como serão encarados esses desafios psicológicos, quais serão as atitudes e comportamentos adotados diante do momento de tormenta. Serão comportamentos produtivos e uma atitude positiva? Será uma atitude vitimizada envolvida pelo medo, raiva e comportamento apático? Ou será uma atitude de indiferença com os problemas financeiros e atitudes impulsivas e sem autocontrole?

É interessante nos momentos de crise fazer uma reflexão, observar seu contexto e seu comportamento, atentar-se para as possibilidades e potencialidades que surgem, sempre dentro da realidade.

É muito importante dialogar e atuar preventivamente para que se esteja melhor preparado para outros momentos de crise. E no caso das coisas se tornarem realmente difíceis procurar um profissional para ajudar a enxergar melhor o horizonte, aprender novos meios comportamentais de se contornar uma crise e reconhecer que nem tudo está perdido e ainda pode ser melhorado.

*Juliana de Oliveira é Psicóloga, formada pela Universidade Federal de Rondônia – UNIR. Especialista em Gestão Organizacional e de Pessoas pela Universidade Federal de São Carlos - UFSCar. Atende atualmente na clínica Fábrica de Competências em Porto Velho.



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