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Saúde e Governo

Quarta-feira, 04 Fevereiro de 2015 - 16:39 | SERAFIM GODINHO


Saúde e Governo

Fala-se muito que a criminalidade não é devidamente combatida, que balas perdidas ceifam a vida de inocentes, que há muitas mortes de trânsito, enfim, a mídia em geral sobrevive com notícias assim. Nada se compara, entretanto, às mortes de milhões de pessoas, em guerras declaradas por governos com interesses financeiros, territoriais ou religiosos. Ao declarar guerra o governo dá aos seus militares o direito de matar. São transformados em heróis, recebem medalhas e comendas, a imprensa em geral, os glorificam.



E o que falar das mortes de inocentes, por falta de tratamento médico, de saneamento básico e até de alimentação?  É dever constitucional do Estado, garantir a segurança e a saúde de seus cidadãos.

Ao desviar ou facilitar o desvio de verbas públicas o Governo declara guerra aos cidadãos comuns, e esses continuam a comer o seu pão, freqüentar o seu circo, e continuam na ilusão de que vivem em uma democracia- uma mentira cultuada de tal modo, que eles tornam-se incapazes de enxergar o óbvio:  são inteiramente governados por acordos escusos, envolvendo os ricos. Em quase todas as eleições os mais ricos derrotam os mais pobres. Quando o candidato mais pobre vence, geralmente trata-se de um boneco, um “poste” nas mãos de pessoas ainda mais endinheiradas do que aquelas que financiaram a campanha de seu concorrente mais rico.

Não há o que fazer. Processar um Governo, nem pensar. E, se uma empresa do governo fica em dificuldades, é simples. Fabrica-se mais dinheiro, cobre os prejuízos e aumenta os impostos. O que as pessoas podem fazer? O governo é seu, ele é você, você está de mãos atadas, e ponto final.

Resta ao chamado quarto poder, a imprensa, fiscalizar e cobrar em nome do povo, da democracia, os desmandos porventura cometidos. Mas a imprensa funciona assim: embora alguns repórteres possam ser vergados por um almoço grátis, uma dívida de jogo perdoada ou até mesmo um copo de cerveja gelada, a maioria, entretanto, tem um temperamento obsessivo, uma fixação em qualquer coisa que possa ser notícia, ansiosos por um “furo”. Esse sentimento na maioria dos repórteres esta acima de tudo, até da lealdade sobre o que quer que seja. Por outro lado esses bons repórteres terminam em certo momento, silenciados por seus diretores. O Governo sabe que para dominar a imprensa, é preciso ter influência sobre o topo. O público tem memória curta, e falta de interesse em matérias políticas. Se um assunto é esquecido por um ou dois dias e substituído por algo que acabou de sair do forno, os leitores exigem não uma conclusão para as histórias velhas, mas os detalhes mais recentes da história nova. Ou uma notícia mais nova ainda. Terá pleno controle sobre a imprensa aquele que controlar os que controlam os que decidem até onde irá à cobertura de um assunto e em que parte do jornal ele será tratado.
Entretanto, esse quarto poder, a imprensa , quando livre, é a responsável maior pela existência e manutenção de regimes democráticos. Fiscalizam os desmandos de outros poderes e por isso impõe temor, o que dificulta os malfeitos. Eis o motivo de todos os Governos tentarem amordaçá-la, sob o jugo da censura. Mais vale ser temida do que amada já ensinava Maquiavel.

A boa notícia, como disse em um artigo anterior, é que o progresso independente de tudo, inclusive dos Governos de plantão, o mundo está evoluindo rapidamente, e ao contrário de que muitos pensam está cada vez melhor. É um progresso constante, em saúde, educação, assistência social e, com as novas tecnologias, as crianças estão aprendendo mais e ficando melhores que os pais. E tudo isso muito rápido. Para entender isso não é necessário retornar a idade média, nem mesmo a uma geração. Colégios públicos eram pouquíssimos, a maioria da população era analfabeta. Sem falar no sistema de saúde que hoje se diz ruim, na época não existia. O pobre doente dependia da caridade de alguém ou das chamadas Santa Casa de misericórdia para atender os denominados indigentes. Hoje escolas têm merendas para os filhos, postos de saúde, tratamento dentário e tantas outras coisas inimagináveis alguns anos antes. A expectativa de vida há cem anos saltou de 32 anos para os 74.6 anos, de acordo com o censo 2012.

Pensamento

Só existe, a meu ver, uma boa razão para restringir a liberdade de expressão: é quando há ameaça de lesão ou efetiva lesão a pessoas. Fora disso nem pensar. Acredito ser lícito censurar um programa de televisão em que se faz apologia do estupro e da tortura. A dignidade sexual e a integridade física são bens que merecem ser tutelados pelo Estado, mesmo que ao sacrifício da liberdade de expressão. O que não merece ser tutelado pelo Estado, nem jamais vai merecer, é a suscetibilidade ideológica. Quem quer ter o direito de expor publicamente suas idéias deve se submeter às imposições próprias da atividade intelectual, isto é, deve se sujeitar ao malho da crítica e ao chicote da troça. Você não pode dizer na televisão que homens e dinossauros viveram juntos e pretender não ser ridicularizado por isso. A pretensão à imunidade intelectual é em si mesma mais ridícula que a mais ridícula das idéias. Imagine um filósofo que, sempre que contestado num debate, sempre que ofendido pelas zombarias de um oponente murmurasse: “Você tem que respeitar as minhas crenças”. Ninguém o levaria a sério.

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