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Ivonete Gomes

O incrível Léo Mãos de Tesoura: quando o prefeito copia, cola e surta

Terça-feira, 03 Junho de 2025 - 21:08 | Ivonete Gomes


O incrível Léo Mãos de Tesoura: quando o prefeito copia, cola e surta

Na época dourada das redações impressas de Porto Velho, quando o cheiro de tinta e o calor das rotativas ditavam o ritmo do jornalismo, surgiu uma figura peculiar: o repórter que, sem pudor, recortava reportagens do concorrente e as reciclava como suas. Ganhou, com justiça, o apelido de “Fulano Mãos de Tesoura”. Hoje, na era digital, esse personagem evoluiu: virou o Ctrl C + Ctrl V.

Eis que surge Léo Moraes, o autêntico “Mãos de Tesoura” do Prédio do Relógio. Desde que tomou posse como prefeito de Porto Velho, Léo tem se especializado não em criar, mas em reeditar, de preferência com sua assinatura dourada, ações, obras e projetos iniciados por Hildon Chaves, seu desafeto de estimação. A obsessão beira o patológico. Se Hildon plantou uma árvore, Léo corre para podar e filmar. Se Hildon construiu um prédio, Léo troca a placa, grava um vídeo e posa de autor da obra.

A narrativa da gestão atual foi moldada no ressentimento: silenciar o legado do antecessor em 12 meses. Para isso, vale tudo, da apropriação de ações concluídas à repetição de mentiras em lives ensaiadas. A nova tática? Acusar a imprensa de fake news enquanto o próprio governo é alvo de investigações por suspeitas mais do que reais.

Calado nos primeiros meses, Hildon finalmente quebrou o silêncio numa entrevista ao jornalista Robson Oliveira, num raro momento de tentativa de reposicionar a verdade diante da avalanche de revisionismo histórico. Enquanto isso, Léo e seu braço direito, Oscar Netto, assinaram contratos milionários sem muita transparência, inflaram a folha com comissionados, reativaram uma agência que antes criticavam e rechearam o IPAM com cargos sob medida.

O incrível Léo Mãos de Tesoura: quando o prefeito copia, cola e surta

Hoje, a prefeitura de Léo Moraes acumula pelo menos duas investigações. Uma delas refere-se à adesão de uma ata de registro de preços de R$ 35 milhões para elaboração de projetos, mesmo com engenheiros qualificados já presentes no quadro da prefeitura, os mesmos que trabalharam com Hildon Chaves na modernização da cidade.

Mas o descontrole de Léo não se limita aos bastidores administrativos. Em eventos públicos, tem feito de festas verdadeiros velórios. Foi assim com os garis, quando o prefeito aproveitou a confraternização para um discurso amargo e deslocado. E se repetiu agora com os servidores da educação. Diante de plateias formadas, em boa parte, por comissionados fiéis,  gratos pelo cargo e temerosos pela gratificação, Léo solta suas verdades inventadas como se fossem revelações divinas.

Na tribuna da Câmara, a máscara cai de vez. Em vez de gestor, vemos um menino mimado, perdido entre a vaidade e a amargura. Ataca jornalistas, desdenha investigações, e mira até em figuras como a deputada Ieda Chaves, a quem acusou de viver em Miami e nada produzir. Hipocrisia em estado bruto, vindo de quem permite que o município banque viagens do irmão para Balneário Camboriú, onde, aliás, a família tem negócios.

Faltam a Léo equilíbrio emocional e coragem para enfrentar críticas. Sobra arrogância, vaidade e uma fé cega em seus vídeos de TikTok. A administração naufraga entre escândalos, fantasias de redes sociais e o colapso da narrativa de “salvador da cidade”. Já virou piada entre prefeitos do interior: o menino do Ctrl C + Ego + Tik Tok.

Como diria Abraham Lincoln, que, aliás, não é de Porto Velho, mas certamente entenderia o drama local:

“Você pode enganar algumas pessoas todo o tempo, ou todas as pessoas por algum tempo, mas não pode enganar todas as pessoas o tempo todo.”

No caso de Léo Moraes, o tempo está se esgotando. E a tesoura, como sempre, acaba cortando para o lado errado.

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